Eu tinha 41 anos de idade quando o primeiro filme da franquia "Harry Potter" chegou aos cinemas. Isto quer dizer que eu já era um homem mais ou menos feito e que a saga do bruxinho não podia mais ser o meu roman de formation. Mas ela foi o dos meus sobrinhos mais próximos. Os dois praticamente cresceram em Hogwarts, lendo todos os livros, revendo cada longa dezenas de vezes e até comendo jujubas de todos os sabores num Natal especialmente feliz. Ontem assistimos todos juntos ao especial "De Volta a Hogwarts" da HBO Max, que reúne elenco e diretores para lembrar histórias das filmagens. Meus sobrinhos se emocionaram, como se estivessem reencontrando Jesus. Eu me surpreendi com a quantidade de detalhes de que não me lembrava mais - como assim, a Hermione se casa com o Ron?? O programa é muito bem feito, com uma produção requintada e uma boa edição. Mas uma coisa me deixou bolado. J. K. Rowling, cuja cabeça pariu todo esse universo, aparece poucas vezes, sempre acompanhada pela legenda "gravado em 2019". É como se a produção quisesse deixar claro que ela continua cancelada por causa de alguns tuítes supostamente transfóbicos, e portanto não merece dar um depoimento inédito como todos os demais envolvidos. Sim, eu acho que a escritora foi um pouco desastrada em suas declarações, mas a reação de setores do movimento trans foi claramente desproporcional. Para variar, certos ativistas preferem atacar quem já está do lado deles, ao invés de mirar nos verdadeiros inimigos da causa. J. K. Rowling escreveu um textão em seu site pessoal, explicando o contexto , defendendo seus pontos de vista e até compartilhando um drama pessoal que ficou em segredo durante décadas. Recomendo a leitura antes de sair jogando pedra nela.
A posição da J. K. Rowland, na verdade, é a de algumas radfems, para quem trans mulheres são mais uma tentativa de homens ocuparem o lugar de mulheres e os trans homens são lésbicas confusas.
ResponderExcluirNão, não é. Dá para perceber que você não leu o textão dela. Coragem!
ExcluirExatamente. Eu já tive discussões com amigos e amigas sobre isso; uma lésbica não se sentir confortável em transar com uma mulher de penis não é transfobia. Ao passo que se um homem gay se relacionar com um homem de vagina não o torna mesmo gay. E convenhamos, a teoria queer virou um surto que mais atrapalha do que ajuda; a transexualidade é algo científico e factual e não é uma doença, porém as teorias sociológicas de genero hoje em dia simplesmente ignoram fatores biológicos.
ExcluirNão o torna menos gay*
ExcluirIgor,tens o meu apoio.O identitarismo tá
Excluirrimando com neoliberalismo.O Deus Mercado
tá adorando esses papinhos furados enquanto
o povão passa fome ou cata osso pra comer.
Eu comecei a ler mais a respeito do que as neurociências têm a dizer dentro dos estudos de gênero porque via que a J.K Rowling tinha um ponto, não era uma destrambelhada que resolveu ser transfóbica. Quem tiver curiosidade, recomendo começar pelo livro da Dra. Debra Soh.
ExcluirTony, eu li sim o textão dela, e até reli depois da sua crítica. Mas, sinceramente, apesar de ela recusar o epíteto de radfem ("não sou uma TERF!"), vários dos argumentos do texto são isso aí mesmo. Em primeiro lugar, deixo claro minha preguiça com a cultura do cancelamento; também tenho plena ciência de vários problemas que o identitarismo tem causado em várias frentes. Até entendo o ponto dela quando diz que expressões como "pessoas que menstruam" e "pessoas com vulvas" soam desumanizadoras para muitas mulheres. Porém, todo o resto é puro suco de preconceito. Primeiro ela faz questão de dizer que "pesquisou bastante" e que tem recebido feedback de pessoas "inteligentes e razoáveis" que a apoiam, como se do outro lado as pessoas fossem todas radicais desmioladas, não houvesse também gente inteligente que pesquisa o assunto há décadas. A cultura do cancelamento é, de fato, violenta e pouco argumentativa; mas refugiar-se na liberdade de expressão para não querer receber críticas soa, para mim, como aquele jogador de vôlei dizendo "não sou homofóbico, mas tenho direito de dizer o que penso". Em pelo menos um dos trechos do texto ela diz que tem medo das ativistas trans, reforçando aquele estereótipo da travesti violenta.
ExcluirEu sinceramente não entendi o ponto dela de ser vítima de um abusador com o resto do texto. Será que ela não sabe que a maior parte dos abusos acontece dentro de casa ou na rua mesmo, como a inglesa atacada por um policial? Muitas pessoas são abusadas há séculos por pais, padrastos, tios, professores, padres, e isso não tem nada a ver com o movimento trans, é óbvio. Será que ela não entendeu que a questão dos banheiros é importante porque muito(a)s trans enfrentam dificuldades em ambientes escolares e laborais e acabam segurando suas necessidades para só ir ao banheiro em casa? Acho que ela entende tudo isso, mas não quer dar o braço a torcer.
A parte de que há uma "moda de meninas querendo ser homens trans" então, parece muito um pastor dizendo que ser homossexual é uma moda passageira também. Veja, não estou dizendo que meninas que não encontram eco em sua maneira particular de viver a feminilidade não possam pensar nesta possibilidade. Mas daí a achar que os serviços de acolhimento e aconselhamento para pessoas trans saiam tacando hormônio e fazendo cirurgia em todo mundo sem um mínimo de preparação e escuta é surreal. É até ofensivo com os profissionais que trabalham nesses serviços.
Enfim, como alguém lembrou aí embaixo, o textão foi escrito em 2020 e de lá para cá ela já deu várias outras provas de seu preconceito. Não precisamos ser violentos com ela por conta disso, claro, nem precisamos cancelar todo o universo Harry Potter pelo que a autora diz e escreve. Mas achar que um textão com uma menção pouco detalhada do abuso sofrido anula todo o resto que ela escreveu e publicou, sinceramente, não é muito diferente de achar que o Maurício não é homofóbico, afinal "só estava falando de uma HQ".
Teu textão comparando o Mauricio com ela,
Excluirque é de esquerda se resume numa coisa:
uma merda!!!!!
Você está desatualizado. Depois desse textão de 2020, bem recentemente em dezembro de 2021, ela publicou outros textinhos no twitter mostrando que o textão não era bem verdade. Por isso que ela sumiu do especial...
ResponderExcluirJ.K. rainha, ícone, filantropa que deixou de ser biolionaria por praticar a caridade. Está acima de qualquer cancelamento!! Fodam-se os haters
ResponderExcluirA intensão da Warner era fazer com o Harry Potter o mesmo que a Disney fez com os heróis da Marvel: vender para os adolescentes de hoje um produto que os adolescentes de ontem tb gostam.
ResponderExcluirInfelizmente, a autora cagou o negócio, e o Harry Potter segue sendo só uma coisa de gente que já está próximo da casa dos 30. Uma grande parte da geração Tiktoker acha a serie coisa de tiozão que se acha jovem.
Por isso, restou somente fazer especiais saudosistas. O que, por sinal, já está virando a marca do HBO Max. Lá parece que só sai especial saudosista de coisas que fizeram sucesso 20 ou mais anos atrás.
Que geração Tiktoker????Funkeiro que curte BBB????
ResponderExcluirFosse assim,a loja do Harry Potter em Nova York
já estaria fechada e viraria mais uma filial do
McDonalds.kkkkkkkk
12:10 A loja de NYC não está fechada pq é sustentada pelos trintões que frequantam ela.
ExcluirGente de todas as idades vão na loja de NYC.
ExcluirEm plenos EUA,uma loja britânica fazendo
sucesso?Isso é um absurdo,meu Deus!kkkkkkk
Esse textão só tem argumentos radfem e de extrema direita, do tipo "mas e as criancinhas?", ou seja, um monte de desculpa pra ser transfóbica. Sem falar nas merdas mais recentes, como divulgar uma loja abertamente transfóbica ou comparar o movimento trans com o governo totalitário de 1984, tipo o que a extrema direita faz.
ResponderExcluirVocê escreve "extrema-direita" 2 vezes e não diz
Excluirdos países de extrema-esquerda que perseguem
gays.Os identitários,as vezes,parecem o Sikera
Junior-gritam pedindo pena de morte pra qualquer
coisa-até pra quem é ladrão de bicicleta.
O que tem a ver um país de extrema esquerda com a situação? Só citei que ela usa os mesmos argumentos que a extrema direita. Se usasse argumentos da extrema esquerda, seria citado, mas não é o caso. Zero sentido. E em que momento "gritei pedindo pena de morte"? Apenas citei o óbvio: ela é transfóbica, ponto. O resto é desculpa e passagem de pano. Vai de cada um fazer o que quer com essa informação.
ExcluirMas, do mesmo jeito que pessoas perdem empregos hoje em dia por terem comportamentos racistas e homofóbicos, ela deveria, sim, sofrer algum ônus, o que está bem longe da realidade.
Continua roteirizando o filme e só foi obrigada a ceder, dando espaço a outro roteirista, pq o filme anterior foi ruim de bilheteria e crítica. Sobre o especial, já foi esclarecido q não participou pq não quis, convidada foi. Sem falar nos livros novos que continuam vendendo muito bem (o último infantil vendeu mais de 60 mil cópias na primeira semana só no UK). Inclusive, veja o timing dela: a cada nova polêmica, sai algo novo, seja livro ou filme. Ela quer é divulgação gratuita (para seu trabalho e suas ideias retrógradas), e está conseguindo.
Não deveria sofrer ônus porra nenhuma.Mas,
Excluirpraquem não sabe,a escritora sempre votou
na esquerda da UK(essa,eu nem sabia)-só
não é da turma do lacre.
Só pode ser coisa de americano essa
perseguição a ela-como os EUA não
conseguem fazer um Harry Potter igual
a UK-faz,no máximo,aqueles filmes
chatos de super-heróis.No mundo real,
essa discussão de DCE esconde aqueles
países de extrema-esquerda onde os
gays & cia.não podem fazer nenhuma
paradinha gay porque é crime hediondo.
Uau, vc descobriu q um ser humano é complexo. Sim, eu sabia que ela vota na esquerda e foi contra o brexit, por exemplo. Mas isso não impede q queiramos q ela responda pelas atitudes dela (pq avisado e explanado foi). Bjos.
ExcluirAbs.
ExcluirAh,Tiaguinho:TRANSFÓBICA É A QUERIDA SENHORA
ExcluirTUA VOVÓ.Fui eu quem escrevi aos 11:31.
JK ROWLING VIVE!!!!!!!!
acho mega chato, eu já velho quando explodiou essa saga!!! e concordo com vc, a militancia deveria se preocupar com o que realmente importa, tem gente que ficou postando mesmo depois da morte da Marilia mendonca que a mesma era transfobica, só pq ela fez uma piada velha comparando a beleza das mulheres com os travestis!
ResponderExcluir13:30-Eu lembro muito bem deste caso.Nem
ExcluirMarilia,nem JKR merecem este cancelamento
babaca do Supremo Tribunal da Inquisição
Moderna-a internet!
Essa geração tik tok/woke/identitária/não-binárie ainda vai marcar o colapso definitivo da civilização ocidental.
ResponderExcluirCom certeza
Excluir13:58-Teu comentário não leva nota 10.
ExcluirLeva nota 12.
Sem contar a mania irritante dela fazer "outing" de personagem de livro já publicado só pra justificar retcon. E depois destila suco de preconceito. Não teve nada "supostamente" transfóbico. Foi 200% transfóbico mesmo e ela ainda insistiu no erro algumas outras vezes em 2021. Até o elenco do filme fez questão de se distanciar dela.
ResponderExcluirE você quer o quê,Datena?Pena de morte pra ela?
ExcluirBandida boa é bandida morta?Botar a Rota na
rua pra prendê-la?GIL GOMES LHES DIZ....kkkkkk
To pouco me cagando pra ela. Só discordo da passada de pano do texto do Tony e acho mais que justificado o distanciamento desse especial da figura dela. Até porque não faltou oportunidade pra ela mudar de posição ser descancelada. Se de tempos em tempos ela ficar soltando essas pérolas, pode continuar esquecida for all I care.
ExcluirVão descancelar suas sogras,bando de
Excluirinvejentos e invejosos!I LOVE TONY.
Tony querido. “Explicando o contexto”
ResponderExcluirBjs
Odeio radfems!!!
ResponderExcluirQue nenhum dos filhos dela resolvam virar trans. Vão sofrer mais que o de costume.
ResponderExcluirLi todos os livros era adolescente quando foram lançados vi todos os filmes acho que as vezes temos que separar a obra do autor.
ResponderExcluirNeste caso,tanto a autora quanto sua obra
Excluirsão maravilhosos-não dá pra separar.