Quando eu trabalhei na filial brasileira de uma produtora internacional, passamos boa parte de um ano tentando vender uma série documental sobre atletas paralímpicos. O projeto era bacanérrimo. Pintava os caras como autênticos super-homens, capazes de altas performances mesmo enfrentando a deficiência e a falta de recursos. Mas o maior obstáculo é mesmo a indiferença da sociedade. Ninguém se interessou pelo nosso programinha, que jamais saiu do papel. A piada interna era que ele andava mal das pernas... Cinco anos depois, o Brasil teve mais um desempenho estelar nas Paralimpíadas de Tóquio, com 22 medalhas de ouro e um honroso sétimo lugar no cômputo geral. Durante duas semanas, gente estropiada deu as caras na TV, rompendo a invisibilidade a que costuma estar relegada. Também houve um avanço importante este ano: os comentaristas pegaram mais leve com as narrativas chorosas de superação. Claro que ela existe e é importante, mas o esporte paralímpico é muito mais do que um quadro no programa do Luciano Huck. A maioria desses atletas também seria campeã se não tivesse nenhuma deficiência: eles nasceram para o esporte, e nesse ponto são idênticos aos ditos normais. O ideal seria não voltar a falar deles apenas nos Jogos de Paris, mas isso talvez seja pedir demais. Tirando o futebol, nenhum esporte fica o tempo todo em evidência.
Os esportes mais populares matam a atenção dedicada aos demais esportes. Provavelmente nos USA ninguém dá a mínima para tênis de mesa, esportes paralímpicos então nem se fala. É assim em tudo mundo. Uma das saídas, é uma cidade do interior adotar uma modalidade. Geralmente essas cidade têm pouquíssimos atrativos de lazer e cultura, e esses eventos esportivos acabam mobilizando a população. A cidade de Sertãozinho era a capital brasileira do hockey de patins, o ginásio está sempre cheio, o público adorava. Assim fizeram outras cidades, com modalidades como basquete feminino, por exemplo.
ResponderExcluirEm muitos dos portais de notícias dos EUA nem o quadro de melhadas (modificado para os EUA ser o primeiro) apareceu na página inicial durante essa paraolimpíadas.
ExcluirNa próxima Paraolimpíada,Jair,Flávio,Carluxo,
ExcluirEduardo e Malafaia disputarão no Futebol de 5,
categoria débeis-mentais e cegos.
EEEEEEEEEEEE DO BRASIIIIIIIIIIIIIIIIL!!!!!!!
Para começar os jogos paraolímpicos deviam ser feitos junto com os jogos normais. todos teriam a mesma visibilidade
ResponderExcluirConcordo plenamente!
ExcluirFrases que começam com "para começar ", "vou explicar " ou "é simples " normalmente precedem alguma ideia não muito inteligente.
ExcluirComentários que criticam frases que começam com "para começar" normalmente procedem de comentaristas que não são tão ignorantes a ponto de acharem que sabem mais que os outros.
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