A militância exagerada é ruim. Que o diga a Lumena, que deve ser eliminada logo mais à noite do BBB 21. O caso da baiana mostrou como, na vida real e no reality show, a ênfase excessiva nas pautas identitárias acaba fazendo mal, tanto para a minoria em questão como para o próprio militante. Talvez o Brasil, tão duro de entender que está rolando uma pandemia, aprenda essa lição. Lá fora, nem sinal. Na Holanda, a poeta não-binária Marieke Lucas Rijneveld desistiu de traduzir os poemas da americana Amanda Gorman, que escreveu e leu "A Colina que Subimos" na posse de Joe Biden. Marieke foi alvo de uma campanha de ódio do bem nas redes sociais, depois que a jornalista e ativista negra Janice Deul a denunciou como incapaz de traduzir as obras de uma escritora negra pelo simples fato de ser... branca. Acho que Marieke fez mal em desistir - ela tinha mais é que peitar os militontos - mas não faço ideia da pressão a que foi submetida. O precedente é gravíssimo, porque, se um branco não pode traduzir um negro, daqui a pouco tampouco poderá lê-lo. Talvez não demore o dia em que eu serei proibido de ler um livro de Conceição Evaristo ou ver um filme de Spike Lee. Pois que tentem: essa briga, eu quero comprar.
Concordo. "Lugar de fala" não é excluir o outro.
ResponderExcluirRacismo se combate com militância, com protestos contra os mais intolerantes, com cadeia a criminosos, mas também com empatia, chamando os brancos para estarem junto nessa causa, que deveria ser de todos.
Concordo. "Lugar de fala" não é excluir o outro.
ExcluirRacismo se combate com militância, com protestos contra os intolerantes, com cadeia a criminosos, mas também com empatia, chamando os negros para estarem juntos nesta causa, que deveria ser de todos. Os brancos podem participar de todo o processo, se quiserem.
Fiz alguns ajustes para contemplar minha forma atual de ver esta situação.
Abraço a você,
E um outro bem apertado no Tony, a quem tenho profundo carinho e admiração!
Do seu leitor,
Gay negro
Infelizmente essa militância identitária abjeta e abusiva acaba por prejudicar a causas sociais e os movimentos...
ResponderExcluirA jornada da subida da colina vai ser longa e com muitas no caminho...
ResponderExcluirQuando a Beyoncé lançou Formation, a militância negra criticava as gays não negras que faziam a coreô na balada.
ResponderExcluirNome disso: Reparação histórica.
ExcluirAo acordar arrume a sua cama. Muita gente militando, mitando, lacrando, conscientizando. Que isso acompanhe o trabalho, o estudo, a dedicação, a persistência, o esforço. Essa militância sem dar o exemplo é pregar para os convertidos.
ResponderExcluirOpa! Gostei de vc!
ExcluirÉ uma história complicada e que tem trocentos ângulos.
ResponderExcluirPara mim é a segunda lição desse Bbb, a primeira é que negro não pode errar senão é pelourinho na certa, mesmo que virtual.
Empoderamento virou sinônimo de agressividade e intolerância.
É um virar o jogo que talvez daqui a uns 50 anos resolva, mas para já vira isso, um apartheid moderno, em que negros repetem aos brancos o que sempre ouviram, o NÃO.
Será que vai dar certo? Só o futuro dirá.
Há uns dias atrás li na uol uma mulher negra que mora nos EUA sendo taxativa: você não precisa de empregada doméstica. Se esquecendo que no Brasil há milhares de mulheres sem instrução, arrimo de família, sem uma fábrica para trabalhar, sem um emprego produtivo, a quem só resta bolsa família e ser doméstica.
É querer derreter o iceberg soprando na pontinha.
Vida inteligente no blog!
ExcluirO que a Lumena faz não é excesso de militância. É distorção. Ela usa uma pauta coletiva para culpabilizar os outros e obter vantagem individual.
ResponderExcluirIsso.
ExcluirE Lumena, Karol Conká, Projota e Nego Di (único tipo de negro que costuma ser execrado) não são tão raros quanto parece no Movimento Negro brasileiro, o que é uma verdadeira tragédia!
O Mio Babbino Caro
ResponderExcluirNem que todos os barcos recolham aos cais derrotará a insensatez...o que Amanda Gorman acharia disso ou perguntaria se já havia sido traduzida para o Swahili.
A Jornalista alega que por não ser negra a tradutora não consegue expressar o sentimento de oprimido pelo racismo que há no texto da poeta. Porém, se for assim, ninguém além da própria poeta é capaz de traduzir os seus sentimentos. Duas pessoas, mesmo de cor de pele idêntica, não tem sentimentos idênticos. Assim, a militância holandesa vai ter que ensinar a Amanda Gorman a escrever (e se expressar) em holandês se quiser ler a sua obra.
ResponderExcluirLumena não terá a mesma operação de limpar a imagem como teve KK.
ResponderExcluirAhhhhhhhhhhh,vai ter sim!!!!!!!!!!!!
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