sábado, 27 de março de 2021

GARRAFA CHEIA EU NÃO QUERO VER SOBRAR

Semana passada eu tive o prazer de constatar que um dos filmes mais hypados da temporada corresponde ao hype: "Bela Vingança" é mesmo tudo aquilo que andam dizendo. Já com "Druk - Mais uma Rodada", não é bem assim. O favorito ao Oscar de melhor filme internacional aborda o consumo de álcool de maneira original, sem cair no moralismo barato ou na tragédia anunciada. "Trainspotting", 25 anos atrás, teve a coragem de mostrar o prazer proporcionado pela heroína. "Druk" vai além: o longa de Thomas Vinterberg defende que uma pessoa ligeiramente embriagada se torna mais corajosa, mais criativa e mais brilhante. Um grupo de quatro professores entediados decide testar empiricamente a tese de um médico norueguês: o corpo humano teria um déficit de 0,05% de álcool, que precisa ser preenchido o tempo todo. Aí eles passam a tomar goles de vodca antes das aulas, e os resultados são sensacionais. Os alunos de história se empolgam, os de música começam a cantar feito anjos, um garotinho que sofria bullying dos colegas se torna o artilheiro do time de futebol. Mas é claro que os quatro não sabem onde parar e todos sofrem consequências, de graus variáveis. No final, "Druk" (algo como bebedeira em dinamarquês) deixa um aftertaste agradável na boca, mas não chega a ser uma obra-prima da coquetelaria cinematográfica.

13 comentários:

  1. Vai fazer a critica do Snyder Cut.

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    1. Não tenho quatro horas sobrando para gastar com filme de super-herói.

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    2. Porra meu irmão, tu assiste um monte de séries de várias horas qual o problema de assistir um filme longo?

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    3. As 4 horas são passadas por capítulos, vc pode pausar e voltar depois a assistir.

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    4. O problema são os super-heróis.

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    5. Tony preconceituoso com homens esbeltos e mulheres arrasadoras que só pensam no bem da humanidade. Hahahaha!

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    6. Leave Tony alone! Tem um bando de nerd velho escrevendo: opção é que não falta.

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  2. Parece que o diretor quis fazer um filme sobre microdosing, mas não quis ir tão longe pra falar de tomar 0,000001% de uma dose normal de LSD.
    Já basta o filme anterior dele que foi uma droga.

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  3. O consumo excessivo de álcool é um assunto mais complexo do que parece, e portanto difícil de abordar no cinema. Geralmente temos comédias que celebram a bebedeira inconsequente, tipo “Se Beber Não Case”, ou dramas pesados sobre o alcoolismo, como o deprimente “Despedida em Las Vegas”. Mas na vida real as coisas não são assim oito ou oitenta: condenamos estupro de vulnerável e motoristas bêbados provocando tragédias no trânsito, e nos compadecemos do drama de muitas famílias destruídas pelo alcoolismo, ao mesmo tempo em que consideramos socialmente aceitável encher a cara na balada ou fazer pub crawl. Particularmente, eu tive casos muito tristes de alcoolismo na família e pude acompanhar de perto seus efeitos devastadores; mesmo assim, o álcool sempre esteve presente na minha vida de forma mais ou menos equilibrada, quando pela lógica eu devia fugir da bebida como o vampiro da cruz. Por isso é uma surpresa esta bela produção dinamarquesa – uma dramédia que aborda o tema de maneira adulta, sem glorificar os efeitos do excesso de álcool, mas ao mesmo tempo sem cair no dramalhão ou no moralismo barato. A história acompanha quatro amigos quarentões, todos professores que trabalham na mesma escola e estão passando pela crise da meia-idade. O diretor e corroteirista Vinterberg explica que “Druk” é menos um filme sobre alcoolismo e mais um estudo sobre o descontrole: sim, os personagens realmente se tornam “pessoas melhores”, mais divertidas e sociáveis, nos estágios iniciais da bebedeira, mas progressivamente começam a encarar o álcool como uma solução miraculosa para consertar o vazio de suas vidas. No fim, talvez o álcool nem seja o verdadeiro responsável por esta mudança nos personagens; eles apenas precisavam de um empurrãozinho para começar a mudar as próprias vidas, como outros buscam a felicidade em drogas pesadas ou casos extraconjugais. Evitando julgamentos ou falsos moralismos, o filme tem um momento pra lá de politicamente incorreto em que um dos protagonistas faz seu aluno menor de idade tomar uns goles para controlar o nervosismo antes de uma prova final – e funciona! Ao mesmo tempo, “Druk” é didático ao mostrar que não há felicidade em beber até cair ou acordar todo mijado. O problema começa, segundo o filme, quando não é você que usa a substância (seja álcool ou outros tipos de entorpecentes), e sim quando ela começa a usar você. Recomendadíssimo tanto para beberrões quanto para pessoas sóbrias, “Druk” tem atuações incríveis do quarteto central e um contraste difícil de acertar (mas muito bem conduzido aqui) entre os momentos engraçados e aqueles mais tristes ou sensíveis – a cena final é simplesmente linda!

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    1. Textão de Facebook pra bajular um filme,que se fosse
      brazuca seria jogado na lata de lixo do cinema.VA-TE
      A BORDO!!!!!!!!!!

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  4. alcoolismo glamourizado , e ainda acham que merece oscar

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