Pelo trailer, "Estado Zero" prometia ser bacanérrima. Uma minissérie criada por Cate Blanchett, que ainda faz uma participação especial, sobre refugiados que tentam entrar na Austrália e acabam confinados em um campo de concentração. Tudo isso é verdade, mas o resultado final fica aquém do esperado. Porque há duas histórias bem diferentes sendo contadas ao mesmo tempo: o desespero dos asiáticos e africanos que fogem de seus países, e o drama específico, inspirado num caso real, de uma cidadã australiana esquizofrênica que se passou por turista alemã e foi detida como imigrante ilegal. Este episódio levou a toda uma reformulação da política migratória da Austrália, mas o roteiro da série não consegue inseri-lo de forma orgânica. Mais interessante é a crise de consciência dos guardas e diretores do tal campo, obrigados a tratar mal um bando de pobres coitados que só quer uma vida melhor. Pelo menos os atores são ótimos, com destaque para a bela Yvonne Strahovski (a Serena de "The Handmaid's Tale", que eu não sabia que era aussie). Cate Blanchett, é óbvio, também está divina como a líder uma seita que prega a transformação pessoal através de coreografias dignas da Broadway, mas a personagem soa apenas como um pretexto para a estrela exibir seus dotes musicais. Com duas personalidades distintas, "Estado Zero" é tão perturbado quanto sua protagonista.
Estou com preguiça do mundo. Tenho preferido assistir tolices como Zac Efron procurando a salvação do planeta ou mensagens edificantes inseridas no Street Food Latin America. Ou todo mundo fingindo que Quim Gutiérrez não é o gato que é.
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