terça-feira, 30 de junho de 2020

TRANSFORMADOR


Um documentário inteiro sobre transexuais no cinema e na TV? Confesso que achei a premissa um pouco exagerada quando ouvi falar de "Revelação" pela primeira vez. Vai ter assunto para quase duas horas? Pois veja só como eu sou burro. O assunto daria para encher alguns anos, pois desde os primórdios da sétima arte que pessoas trans aparecem na tela. O conceito sequer existia um século atrás, mas lá estão eles - eunucos, travestis, crossdressers - já no cinema mudo, sendo alvo de piadas e/ou violência. Fiquei pasmo ao perceber que produções recentes, com menos de uma década, ainda mostravam homens e mulheres transexuais como seres asquerosos, que suscitam ânsias de vômito nas pessoas "normais". Pior: o cinema nos ensinou a reagir assim. O condicionamento me pegou de tal jeito que, uns anos atrás, eu precisei escrever uma storyline para um personagem trans em uma série em desenvolvimento, e tudo o que eu pensei foi o homem que se interessa por ela ficar chocado quando descobre a verdade. "Revelação", disponível na Netflix, esfrega essa verdade na nossa cara. E de fato nos revela um mundo imenso, variado, estranho e familiar. Conduzido com segurança por Laverne Cox, o filme segue a ordem cronológica dos acontecimentos ao mesmo tempo em que colhe depoimentos de atores, roteiristas e diretores, todos trans (cada um deles merecia seu próprio documentário). E transforma o espectador, que termina com, pelo menos, a consciência de ser um babaca ignorante.

11 comentários:

  1. "Traídos pelo Desejo", noooossa que filme, e sim a cena é bem ruim no contexto atual, mas é um filmão da porra, e com um final incrível.

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    1. Além do Boy George nos matar na trilha sonora!
      G-

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    2. Eu também ia falar a mesma coisa: Tony descreveu a famosa cena de "Traídos pelo desejo" (mais um nome traduzido com spoiler). E quando eu lembro daquela cena, eu lembro imediatamente da paródia em "Ace Ventura".

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    3. Tanto "Traídos pelo Desejo" como "Ace Ventura" tem cenas incluídas em "Revelação".

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    4. Boy George foi produzido pelos Pet Shop Boys nessa versão de “The crying game”. Incrivelmente essa explosão gay fez mais sucesso nos EUA que no Reino Unido, onde o single flopou. Na trilha há também uma de minhas canções favoritas: o Gospel mix de “Live for today”, do Cicero com Sylvia Mason-James nos vocais. N.

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  2. O Mio Babbino Caro
    O tempo faz seu papel de Professor!

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  3. Não tenho nada contra os sodomitas, as lésbicas e os travestis, desde que eles entendam que existe um conceito de "normalidade". Existe ainda o sexo normal e heterossexual. Homem e mulher ainda são o "normal". Desculpe a sinceridade.

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    1. Anormal é você, que deve ser gay (como 90% dos leitores deste blog) e não consegue superar seu preconceito.

      Assista ao documentário e alargue seus horizontes.

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    2. Sodomita é coisa de bicha velha!

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    3. Quem é vc na sua insignificância para definir o que é normal?

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    4. O Anônimo 1 de julho de 2020 11:10 é apenas uma POC querendo causar.

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