sábado, 30 de maio de 2020

A FALTA QUE O FOGO FAZ

As polícias brasileiras matam muito mais negros inocentes do que as americanas. Todo mês tem pelo menos uma Ágata, um João Pedro, um Evaldo fuzilado por 80 tiros. Segue-se uma comoção na mídia e nas redes sociais, algumas punições brandas e no mês seguinte, ratatatata, outro caso. O que falta para os brasileiros (e não só os negros) nos rebelarmos contra esse morticínio? Nos EUA, revoltas violentíssimas acontecem em todas as grandes cidades, depois que um policial branco pisou no pescoço do negro George Floyd durante cinco minutos, provocando a morte deste. A Casa Branca chegou a ser cercada por manifestantes. Por que nada parecido acontece por aqui? Uma explicação bastante plausível é dada neste artigo de Dodô Azevedo. Os negros brasileiros não se enxergam como "um povo". Caíram - caímos todos - na esparrela de que somos brasileiros, sem distinção de raça, credo ou classe social. O discurso do ministro da Educassão, que odeia o termo "povos indígenas". Mas mesmo esse mito não serve para nos aglutinar. Somos individualistas, sem o menor senso de comunidade. O que atinge alguém é problema só dessa pessoa. Essa crença nos faz querer romper a quarentena, se não conhecemos nenhum doente. E nos faz aceitar como um fato da vida um garoto ser atingido pelas costas dentro de sua própria casa. Nos falta por dentro o fogo que precisamos tacar no Brasil.

11 comentários:

  1. Tudo PASSIVONAS!

    Que dão uma de "macho".

    CHEIOS DE EGOS.

    VAZIOS.

    HIPÓCRITAS.

    VIS.

    ResponderExcluir
  2. Certa vez fui almoçar na casa de um amigo negro que fiz na faculdade. Chegando lá tomei um susto quando vi a mãe com o cabelo alisado e pintado de loiro, e o pai reclamando que fulano era um “neguinho safado”. Durante todo o almoço o resto da família fez várias piadas racistas, parecia que era um assunto que sempre precisa vir à tona. O tom da pele deles não era o mais escuro, e então... não vou chegar ao ponto de dizer que eles se viam como brancos, mas posso afirmar com certeza que eles não se viam como negros. Negros eram os vizinhos com o tom de pele mais escuro. Mas isso tem quase 20 anos... Creio que as gerações novas estejam mudando essa dinâmica.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. 17:00h Mudou nada, se casaram com brancos e brancas pobres e agora já se consideram brancos igual à maioria dos brazucas.
      G-

      Excluir
  3. O Mio Babbino Caro
    Uma das frases que ficou gravada de Gilberto Dimenstein (R.I.P.) dizia respeito às relações raciais no Brasil, "Essa moleza vai acabar"...Voce já parou para observar a dimensão do aleijão nacional do "branco brasileiro"...O Brasil tem um atraso de pelo menos 50 anos em relçação aos US, no conceito social daquilo que seria seu povo. Virá, não se sabe quando, como, de onde. E o gosto que sentirão poderá fazer inveja dos contaminados com covid-19.

    ResponderExcluir
  4. Me perdoe mas se isso acontece no Brasil a Globo ia falar em "vandalismo" e pedir manifestações pacíficas que seriam encampadas por brancos estilo TFP entregando flores a PM e ajudar a direita a ganhar a presidência... ops parece q algo parecido já aconteceu por aqui...
    Nick

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. E por acaso vc acha que mídia americana está fazendo algo diferente?

      Excluir
    2. Estamos condenados à ignorância eterna e covardia dos nossos canalhas.
      G-

      Excluir
  5. Tony, não é só por isso q vc escreveu, mas pq no eua os negros têm poder na mídia, tem dinheiro, tem influencia que faz com q qq ato desses viralize por todo o país e internacionalmente. Qtos vezes episódios como esses não aconteceu isso não é mais novidade, por aqui às vezes tem até protesto (de poucas pessoas) mas tem como foi o caso do rafael braga, e nenhuma emissora teve o interesse em cubrir.

    ResponderExcluir
  6. Foram 9 minutos. Incluindo 2 com ele já apagado.

    ResponderExcluir
  7. A marginalização dos negros especialmente nos estados do Sul entre o Texas e a Flórida é gritante.
    Mas os negros brasileiros, além de tentarem se enxergar como pardos leves (quando não brancos), tem um ponto válido: não é porque são descendentes de escravos africanos que todos possuem uma “identidade nacional africana”. África é um continente, não um país. E até muitos países africanos têm mais de uma identidade étnica dentro do próprio país. É meio complexo.
    Mas uma coisa é certa: racismo se combate com atitudes antirracistas e pra isso, os brancos precisam serem aliados também. Não basta apenas não praticar racismo.

    ResponderExcluir