Digam o que quiserem: Roman Polanski continua em plena forma. "O Oficial e o Espião" é um baita filme. Classicão, sem nenhum atrevimento narrativo, nenhuma invencionice. Só com todo o primeiro pelotão de atores franceses na faixa dos 40 e 50 anos, direção de artee figurinos impecáveis e, acima de tudo, uma história que precisa ser mais conhecida. A belle époque, quando ela se passa, não era tão bonita assim. O antissemitismo já era uma realidade inclusive na França, que ninguém se preocupava em esconder. Eu achava que o caso Dreyfuss havia sido muito mais simples do que de fato foi, e que o famoso "J'Accuse" de Émile Zola tinha dado cabo da prisão do oficial judeu injustamente condenado por espionagem. O roteiro é uma espécie de "CSI" melhorado: as provas da inocência do prisioneiro são reunidas aos poucos, com muitas reviravoltas e alguns bons momentos de ação. Tem crítico associando a perseguição a Dreyfus à que Polanski sofre hoje, e pode até ser que o diretor quisesse mesmo esta comparação. Mas "O Oficial e o Espião" sobrevive por si mesmo. Ainda bem que eu vi antes dos cinemas fecharem.
O Mio Babbino Caro
ResponderExcluirÉ interessante acompanhar o caso Dreyfus através das lentes de Proust ao longo de Em busca do tempo perdido.
Antissemitismo era hype até terem que entrar em guerra contra um antissemita.
ResponderExcluirEu conheci o Caso Dreyfuss pelo Umberto Eco, ele sempre falou muito dele como exemplo de fake news contra uma pessoa que tomou proporções enormes.
ResponderExcluirCom certeza quero ver esse filme, ADORO Polanski.
Eu conheci a dimensão do anti Semitismo quando morei na França apesar do poder dos Rothschild etc o ‘povão’ judaico sofre preconceito e não consegue oportunidades e bons empregos. E olha que da Europa é a maior comunidade a única que sobrou.
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