segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

SOMOS TODOS PARASITAS

Algo de proporções sísmicas aconteceu ontem à noite em Hollywood. O Oscar, criado para promover a indústria americana de cinema, entregou seu prêmio máximo a um filme em língua não-inglesa, pela primeira vez em 92 anos de existência. A rigor, "Parasita" não é o primeiro longa estrangeiro a faturar o troféu: foi precedido por diversos longas britânicos, e até um neozelandês - "O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei". Sem falar de uma produção francesa, "O Artista", mas que não só era muda como seus letreiros eram em inglês. "Parasita" é o primeiro filme legendado a vencer o Oscar de melhor filme, em um país cujo público se recusa a ler legendas. O curioso é que a obra-prima de Bong Joon-Ho é quase uma unanimidade, tanto na Academia como entre as pessoas que eu conheço (tenho uma unica amiga que não gostou do filme). Foi emocionante ver a plateia do Dolby Theatre aplaudindo de pé aqueles coreanos todos, como se a hegemonia americana na cultura não estivesse ameaçada, hahaha. A Coreia do Sul é um exemplo para o Brasil: com forte incentivo estatal, o soft power do país explodiu nos últimos anos, com filmes premiados no mundo inteiro e a emergência do K-Pop. E o Oscar, que não é bobo, finalmente deu o passo que ameaçou dar em 2019, quando quase coroou "Roma". Agora, ele finalmente é o prêmio mais importante do cinema mundial.

26 comentários:

  1. Os americanos estan perdedendo o posto de Polícia do mundo e agora eles querem o posto de policia Cultural mundial . São eles que decidem o que é bom a culturalmente ou não para restos dos mortais.

    Que fique claro que não estou julgando o filme ganhador.

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  2. Bee ingênua, a Coreia do Sul é ocupada pelos Estados Unidos há décadas...são mais colonizados que nozes (depois de Alcântara vamos ver...) sul coreanos nem sequer são convidados para conversas com o norte acorda! Só uma revolução estilo iraniana da um jeito nesse país e no nosso.

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    1. Ah, sim, porque a revolução iraniana deu suuuuper certo.

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    2. 18:28 É como Israel que é um estado Americano no Oriente medio . A corea do Sul é o Estado americano na Ásia espiando Corea do Norte, China e japao para EUA.

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    3. Olha o fanfic de esquerda aí, gente.

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    4. Não trouxa é a real, quantas bases americanas existem na Coreia do Sul se informe melhor....com certeza a revolução iraniana deu certo, no seu contexto claro. Eles são o único país com 0 de influência americana e muitas vezes usam os EUA contra seus inimigos...

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    5. Ah, sim, e isso reverteu em benefícios palpáveis para a população. A inflação no Irã é altíssima, a classe média volta e meia vai às ruas protestar e o país segue sendo um pária internacional. Quanto ao zero de inflência americana, sugiro você se informar melhor sobre os hábitos das classes mais altas do Irã e sobre a diáspora iraniana nos EUA.

      Você já etsve no Irã? Eu já. Então cala essa boquinha.

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    6. Tony fica aqui um feedback com todo carinho:

      Acaba com esta mania de etiquetar qualquer opinião de fanfic de esquerda ou direita. Isso só empobrece o debate.

      Que cabeça binária é está mano?

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    7. Olha o fanfic de centro aí, gente.

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    8. Gays no Irã são muito bem tratados como os
      judeus eram na Alemanha nazista.kkkkk.....
      Desculpe,Tony,não resisti a essa bicha
      azeda aí de cima que escreveu merda sobre o Irã.

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    9. Isso realmente é um problema mas você não acha que isso mudaria caso as tensões com o ocidente acabassem? Se o Trump não tivesse jogado no lixo o acordo nuclear? E Trans são sim bem tratadas no Irã

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    10. Sim, as trans são bem tratadas no Irã, porque uma mulher trans conseguiu comover o coração do aiatolá Khomeini, figura central da Revolução Iraniana. Ela conseguiu convencê-lo de que mulheres trans nascem como erros da natureza: homens com alma feminina, o que pode ser corrigido através de uma operação de redesignação genital.

      Isto também teve um efeito perverso. No Irã, os gays cisgênero, que não se identificam como mulheres, têm duas opções: ou fazem a operação de mudança de sexo, ou são enforcados.

      Que beleza, não é mesmo?

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    11. E no Brasil são assassinados ou linchados ah TONY a situação aqui é muito pior, e todo o respeito ao Irã por favor porque tentaram fazer o mesmo golpe contra a Dilma lá com direito a manifs e tudo e não conseguiram porque os cara são foda e nossos militares aqui entregaram Alcântara por alguns trocados...

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    12. Dilma no Irã seria apedrejada até morrer.Se fosse
      lésbica,então....As mulheres no Irã valem menos
      que cocô-só o tonto aí em cima do meu texto não sabe.

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    13. Na verdade, as mulheres gozam no Irã de mais liberdade do que em países como a Arábia Saudita. Há médicas, advogadas, políticas... Claro que nem se compara ao Ocidente, mas não é tão horrível assim.

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    14. O Iraque era melhor, mas o Irã tem população cosmopolita.

      Não são tão tapados assim não.

      EM TEMPO: tentaram "abater" um espaçonave AVANÇADA extraterrestre e tiveram os controles dos caças DESLIGADOS!!

      Isso em 1976.

      Ouçam ao piloto do caça:

      https://youtu.be/giSuEiNneh8

      Aqui uma animação do incidente:

      https://youtu.be/64uFqUv23v4

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  3. Amado, não acredito que você não fez as previsões desse ano. Procurei e não achei. Cadê????

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  4. Traidora, capitalista safada

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  5. Coreia do Sul exemplo para o Brasil?! Só se for nessas questões culturais de soft power mesmo (ainda assim, é importante analisar quando um desses cantores jovens de K-Pop comete suicídio). A crítica do filme é exatamente esta: a Coreia se vendeu para o mundo como um modelo a ser seguido, mas tem vários problemas não resolvidos. Sim, eles conseguiram educar satisfatoriamente a maior parte de sua população, e os filhos da família Kim, os pobres do filme, mostram isso. Ainda assim, a competição para ingresso nas universidades é absurda e esse acesso à educação não conseguiu resolver as graves desigualdades sociais. A enchente que assola a casa dos Kim não é tão diferente da que castigou ontem as casas de gente que mora à beira das marginais ou de reservatórios de água em São Paulo. Por isso que, como você mesmo destacou um tempo atrás aqui, Tony, o filme tenha uma narrativa mais à esquerda do que, talvez, nosso Bacurau. A crítica à desigualdade do filme, sem maniqueísmo, é global.
    (E digo tudo isso sem entrar nessa disputa boba sobre Irã x Coreia do Sul, quem deu mais certo... enfim, uma bobagem).

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  6. Pena que nem todas as gays -- atualmente todas sem um neurônio, utilizadoras de narcóticos em casas noturnas questionáveis -- entenderam a crítica social lacradora desse filme. Crítica ao capitalismo SELVAGEM que a todos aflige.

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  7. o império romano caiu quando qualquer um passou a ser cidadão romano.

    truque velho.

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