quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

SEM CINE NEM ARTE

Estou arrasado. Meu cinema favorito de São Paulo, o único que ainda existe desde que eu era pequeno, fecha as portas nesta quinta-feira. Era pedra cantada: desde que perdeu o patrocínio da Petrobras, um ano atrás, o Cinearte do Conjunto Nacional vinha enfrentando dificuldades para sair do vermelho. A sala 1 tem 300 lugares, uma enormidade para os dias de hoje, e há muitos anos que não lota, mesmo exibindo os filmes mais badalados do Oscar. É uma perda para a cidade tão grande quanto quase foi a do Belas Artes, que ficou fechado por três anos e só reabriu quando ganhou patrocínio da Caixa, também perdido em março do ano passado. O Belas Artes encontrou rapidamente um novo mecenas, a cervejaria Petra, e está firme e forte, apesar da inteira caríssima. O Cinearte (que, além de Petrobrás, também já teve os sobrenomes Bom Bril e Livraria Cultura) merece destino semelhante. Quem se habilita? Que tal ter sua sala própria em São Paulo, hein, Netflix, num dos pontos mais emblemáticos da cidade? Um lugar perfeito para grandes lançamentos, pré-estreias e festivais. Ah, e o melhor de tudo: a 15 minutos a pé da minha casa.

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