sábado, 8 de fevereiro de 2020

MENINIDADE TÓXICA


É sempre complicado fazer piada com o nazismo. Claro que Hitler e seus seguidores eram absolutamente ridículos, mas também foram os responsáveis pela morte de milhões de pessoas. Tem uma hora em que a graça acaba. Isto acontece em "O Grade Ditador" e "A Vida É Bela", duas das poucas comédias que se atreveram a zombar do 3o. Reich, e também vale para "Jojo Rabbit". O filme de Taika Waititi tem momentos sensacionais. A história se passa em uma Alemanha estilizada, no final da 2a. Guerra, e quase todo o elenco está dois tons acima. Com exceção de dois personagens: a mãe do protagonista (Scarlett Johansson, sem assunto para merecer uma indicação ao Oscar) e a garota judia que ela esconde no sótão (Thomasin McKenzine, esta sim, fenomenal). Elas são o fio-terra do pequeno Johannes, apelidado de coelho por seus colegas depois que não consegue matar um durante um acampamento da Juventude Hitlerista. Roman Griffin Davis, no papel de Jojo, é um comediante nato, e tomara que tenha uma longa carreira pela frente. Ele forma uma dupla perfeita com Waititi, que faz seu amigo imaginário Hitler - aliás, convém prestar atenção nesse neozelandês de nome maori. Ele já havia dirigido o melhor filme da Marvel de todos os tempos, "Thor: Ragnarok", e agora ostenta dotes de ator e roteirista que o elevam ao patamar de Woody Allen. Mas há uma cena que abre o terço final de "Jojo Rabbit" que me descarrilou. O tom jocoso  não me preparou para ela, apesar de algumas dicas visuais, e eu ainda acho que ela é desnecessária. Isso me impediu de sair de quatro do cinema. Mas endosso a mensagem do filme: precisamos educar melhor os meninos. Ainda hoje, muitos crescem cercados por arminhas, o que não só não os prepara para o mundo real, como, muitas vezes, fere suas sensibilidades.  Ninguém nasce fascista, mas pode se tornar um antes de completar 18 anos.

7 comentários:

  1. Odin me livre de uma sociedade apinhada de homens sensíveis e esvoaçantes como libélulas.

    Nós, os delicados, somos 10% da população, sempre seremos, e, para a nossa própria sobrevivência e segurança, precisamos dos homens rudes, que não tenham medinho de armas e estejam prontos para nos defender dos homens maus, contra os quais de nada adianta cantar o refrão de Imagine.

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    1. Hey, anónimo otário bostominion? Só pode. Vai de retro ó!

      Beijinho, Tony.

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    2. Além de BURRA. Só sendo para falar isso na terra das MARICONAS "consumidoras" de ROLAS AVANTAJADAS "dos travecos" made in braZil.

      Burra COM FORÇA!!!

      A lá homofobia hipócrita bolsominions pau-mandados da carluxa!

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  2. Tony, achei ousado mexer com o nazismo neste tom, mas o filme não me impressionou. Se estou entendendo o que vc destacou no último terço, também achei cruel demais para a narrativa.
    Scarlett está excelente em História de um Casamento e merece um Oscar, embora eu ainda não tenha visto A Judi da Reneé (que tentarei assistir até amanhã)
    Um abraço, Cesar.

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  3. Tony! O filme do Chaplin foi lançado em 1940...antes de sabermos os horrores da guerra...

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  4. Safado. Me deixou curioso com esse semi-spoiler. Porém, tô sem tempo e não vou ver o filme não.

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  5. Que cena que vc esta falando que é desnecessaria? Que cena que abre o terço final? Nao entendi...explica Tony?

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