sábado, 10 de agosto de 2019

DE VOLTA À PRISÃO


Fui a uma festa de lançamento de "Orange is the New Black" em São Paulo, seis anos atrás, e conversei muito com Piper Kerman, a autora do livro e a avatar na vida real da protagonista Piper Chapman. Esse papo me atiçou o interesse pela série, e devorei a primeira temporada. Gostei um pouco menos da segunda e, quando terminei a quarta, decidi que não queria mais ficar naquela penitenciária. Ver TV é viajar um pouco, é ir para outro lugar, e eu preferia ir para Downton Abbey do que continuar na cadeia rodeado de lésbicas problemáticas. Até porque o tom do programa foi mudando: o que era uma comédia no início foi se transformando em um drama pesado, com muito sofrimento e pouca esperança. Também não ajudou o desagradável subplot do comércio de calcinhas sujas: sei lá, é uma coisa minha. Depois li que a quinta e a sexta temporadas eram bem fraquinhas, e não me senti culpado por pulá-las. Mas agora voltei. A sétima e última safra estreou no final de julho, coberta de elogios. Fiquei curioso para saber o destino de algumas daquelas mulheres, e comecei a ver de novo. E não é que eu estou adorando? O nível dos roteiros está altíssimo, as atrizes estão melhores do que nunca. E ainda incorporaram o drama dos campos de concentração para imigrantes ilegais criados pelo ICE, Immigration and Customs Enforcement, que está separando famílias e deportando gente que vive desde bebê nos Estados Unidos. Já sei que alguns personagens vão morrer, outros vão se dar bem, mas por favor não me contem nada. Agora eu quero ficar preso.

7 comentários:

  1. Nunca senti curiosidade, igual a House of Cards. E foi justamente delas que a Netflix se tornou o que é hoje, né?

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  2. Não passei da 2a temporada. Chaaaaaaaato....

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  3. Eu gostei muito dessa última temporada, apesar de terem sido capítulos demais (13) e algumas barrigas. Alguns assuntos ficaram bem desenvolvidos, como toda a parte da deportação e das hispânicas, mas o arco da Piper ficou meio chato.
    Algumas atrizes ali são bem interessantes, principalmente a Gloria, a Taystee e a Suzanne (Crazy Eyes).
    De qualquer forma essa série foi muito importante para a visibilidade lésbica, abrindo um espaço de trabalho grande para atrizes lésbicas americanas.

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  4. Mal terminei a primeira. Todo mundo sapatão, todo mundo problemática, me sentia preso lá dentro. Penitenciária é um ambiente muito tóxico. Já fui privado de liberdade e a quantidade de pequenas, grandes e enormes absurdos diários a que você é submetido e não tem pra quem reclamar te mata por dentro.

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  5. Não consigo olhar pra Crazy Eyes. É um problema em mim, mas eu não consigo, me apavora.

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  6. Falando em OITNB, eu compreendo a homofobia das pessoas pq eu mesmo sou homofóbico com lésbicas. Não gosto nem de ver. Me agonia. Consigo compreender quando os heteros saíam da sala em Bareback Mountain, ou não demonstravam o menor interesse por Call me by your name: eu sequer tentei assistir Azul é a cor mais quente. Assisto reprise de Full House mas não assisto The L Word. Simplesmente não tenho vontade! Trato as lésbicas com educação, e só. Já tentei mas não fui capaz de mais que isso. Talvez eu tenha dado azar e cruzado só com bêbadas bem vulgares, talvez eu seja um zé ruela homofóbico, embora seja assumido e casado. Sei lá. Simplesmente não tenho o menor interesse por lésbicas.

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  7. Tambem parei há algum tempo, uma pergunta, quando voce retoma, começa a ver apenas a atual temporada ou assite tb às que pulou ?

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