quinta-feira, 29 de agosto de 2019

BATENDO NAS INSTITUIÇÕES

Os candidatos a tirano dos dias de hoje não dão golpes de estado nem põem tanques na rua. Primeiro eles são eleitos pelas regras democráticas, depois começam a golpear as instituições pelo lado de dentro, para aumentar o próprio poder. Foi o que aconteceu na Turquia, na Venezuela e na Hungria, países sem tradições liberais. Nos EUA, Trump faz o que pode, e é imitado por Biroliro aqui no Brasil - mas ambos encontram em si mesmos seus piores inimigos. Agora é a Itália, em eterna barafunda política, que se defende do ataque da extrema-direita de Matteo Salvini, e até o próprio Reino Unido, pátria da democracia constitucional, onde Boris Johnson levou apenas um mês para tirar a máscara. Mas lá parece que a porrada da suspensão do Parlamento não vai dar certo. O Financial Times, o Hugh Grant, a primeira-ministra da Escócia, a opsição e uma petição com mais de um milhão de assinaturas já exigem a queda de Johnson. É um sinal da saúde das instituições britânicas. Uma saúde tão robusta que, às vezes, funciona contra o país: são a insistência em aceitar o referendo de 2016 e a relutância em convocar um novo pleito que mantêm viva a ameaça do Brexit.

Um comentário:

  1. Acho que quando acontece em países como o Reino Unido as 'tintas' sobre o patife são amenizadas, como se houvesse vilão light nessa questão!

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