Dois anos depois de estrear no Rio e já ter rodado quase todo o Brasil, finalmente "Tom na Fazenda" chega a São Paulo. Mas vai ficar pouco tempo: a temporada no Sesc Santo Amaro vai só até o dia 14 de abril. Portanto, largue o que você estiver fazendo e corra atrás de ingressos. Isto é uma ordem. Isto é para o seu bem. A peça do canadense Michel Marc Bouchard rendeu um filme de Xavier Dolan que eu nunca vi, mas duvido que seja melhor que essa montagem brasileira dirigida por Rodrigo Portella. O ponto de partida é simples: um rapaz vai ao funeral do namorado, morto em um acidente, na comunidade rural onde ainda moram a mãe e o irmão do falecido. Só que ela não sabe que o filho era gay. Talvez os dois sejam: o irmão avança no visitante, exigindo que ele não conte a verdade para a mãe, e logo o jogo violento entre ambos descamba para a sedução. Com muita porrada, lama e uma fisicalidade como há tempos eu não via em cena. Armando Babaioff produziu, traduziu o texto e está fantástico como Tom, e o resto do elenco não fica atrás. Todo mundo, héteros inclusive, vai babar por Gustavo Vaz, e a participação de Camila Nhary no final do espetáculo é contundente. E ainda tem Kelzy Ecard, atriz-revelação aos 54 anos de idade (ela fez a Nice na novela "Segundo Sol", onde Babaioff também atuou). "Tom na Fazenda" começa discutindo homofobia, mas vai muito além. Tem até momentos engraçados, que aliviam a surra emocional que levam os atores e a plateia. São mais de duas horas de peça, sem intervalo, mas tudo é tão intenso que eu nem lembrei que existe relógio. Falando sério: vai ver. É longe, mas dá para ir de metrô. Vai, para o bem de todos nós.
domingo, 24 de março de 2019
AMOR, PORRADA E LAMA
Dois anos depois de estrear no Rio e já ter rodado quase todo o Brasil, finalmente "Tom na Fazenda" chega a São Paulo. Mas vai ficar pouco tempo: a temporada no Sesc Santo Amaro vai só até o dia 14 de abril. Portanto, largue o que você estiver fazendo e corra atrás de ingressos. Isto é uma ordem. Isto é para o seu bem. A peça do canadense Michel Marc Bouchard rendeu um filme de Xavier Dolan que eu nunca vi, mas duvido que seja melhor que essa montagem brasileira dirigida por Rodrigo Portella. O ponto de partida é simples: um rapaz vai ao funeral do namorado, morto em um acidente, na comunidade rural onde ainda moram a mãe e o irmão do falecido. Só que ela não sabe que o filho era gay. Talvez os dois sejam: o irmão avança no visitante, exigindo que ele não conte a verdade para a mãe, e logo o jogo violento entre ambos descamba para a sedução. Com muita porrada, lama e uma fisicalidade como há tempos eu não via em cena. Armando Babaioff produziu, traduziu o texto e está fantástico como Tom, e o resto do elenco não fica atrás. Todo mundo, héteros inclusive, vai babar por Gustavo Vaz, e a participação de Camila Nhary no final do espetáculo é contundente. E ainda tem Kelzy Ecard, atriz-revelação aos 54 anos de idade (ela fez a Nice na novela "Segundo Sol", onde Babaioff também atuou). "Tom na Fazenda" começa discutindo homofobia, mas vai muito além. Tem até momentos engraçados, que aliviam a surra emocional que levam os atores e a plateia. São mais de duas horas de peça, sem intervalo, mas tudo é tão intenso que eu nem lembrei que existe relógio. Falando sério: vai ver. É longe, mas dá para ir de metrô. Vai, para o bem de todos nós.
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Deu vontade de assistir!
ResponderExcluirSó que não moro em São Paulo! :(
Eu vi essa peça 3x no RJ, vi o filme entre essas idas e vindas e realmente, o filme do Dolan fica longe do brilho da montagem brasileira
ResponderExcluirO autor considera esta a melhor montagem da peça dele. Inclusive ano passado foi apresentada em um festival canadense com legendas... foi considerada pela critica local a melhor produção estrangeira do ano.
ResponderExcluirYes Sir. Já tinha comprado. Mas como minha agenda tb é lotada , sobrou o penúltimo dia de apresentações.E ontem foi ver Gal, Senhora da Voz Do Palco e da Simpatia, em seu novo Show A Pele do Futuro. Lindo! Prá Ver e Rever...
ResponderExcluirÉ longe do centro, mas eu achei ótimo. Os bairros mais afastados são muito carentes de opções culturais, ainda mais essas badaladas. Vou lá assistir essa semana.
ResponderExcluirJá viu Weird City? O primeiro episódio é muito bonitinho.
ResponderExcluirNossa Tony vc é comentarista, intelectual, porém vc só assiste blockbuster.Nao é a primeira vez, estou chocado, assiste os filmes modinha,mas os alternativos tb.
ResponderExcluirVocê reparou que esse post é sobre teatro?
ExcluirSim, vc tem razao...porém o filme existe a muito tempo, e espero que vc assista e de sua opiniao( percebeu como vc é importante como colunista)
ExcluirBabaiof do valle,do bem, talentoso e gato.
ResponderExcluirGatinho!
ExcluirO Mio Babbino Caro
ResponderExcluirO post carregado de Emoção me remeteu ao que poderia ser uma resenha sua sobre Gota D'água (Preta).
A peça é realmente maravilhosa! Imperdível!
ResponderExcluirE, sim, é muito superior ao filme do Dolan, embora eu também recomende este, principalmente para os que assistiram à peça, que irão poder comparar uma é outro.
#sindromedeEstocolmo
ResponderExcluirFui sábado 14. E prorrogaram por mais duas semanas. Vou ver de novo. Pq não quero e não vou esquecer Tudo q senti.
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