segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

QUEM TEM BOCA VAI A

"O Grande Circo Místico" é o pior filme que o Brasil inscreveu para disputar o Oscar desde, aham, "Orfeu", do mesmo Cacá Diegues. Não foi a menor surpresa o equivocado musical ter ficado de fora da shortlist divulgada hoje - mas também, pudera, esta foi a shortlist mais previsível de todos os tempos. Só um dos incluídos me surpreendeu, mas nem tanto: "Ayka", do Cazaquistão, que levou melhor atriz em Cannes. Mas não acho que chegue entre os cinco finalistas para valer, que já tem quatro barbadas: "Guerra Fria" (Polônia), "Assunto de Família" (Japão), "Cafarnaum" (Líbano) e o mais que provável vencedor, "Roma" (México). Vou rever o longa de Alfonso Cuarón esta semana, numa das sessões que a Netflix está promovendo em São Paulo. Gosto mais do filme hoje do que quando saí do cinema: ele cresceu na minha cabeça, e agora acho que é mesmo o melhor do ano.  Suntuoso "Roma".

7 comentários:

  1. Geralmente sou formidavelmente crítico à filmes, acho tudo bosta e pouca coisa passa a me impressionar mas eis que surge Roma!!! Tive a impressão de estar diante de uma obra prima magnífica!!!! Aquarius me deu a mesma sensação,

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  2. Você assistiu o coreano "Em chamas"? Achei um suspense psicológico muito interessante que não entrega muitas respostas prontas. Acho que só tive certeza que gostei muito quando cheguei em casa!

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    1. Vi na Mostra de SP... e não gostei. Não tenho o chip para entender esse tipo de filme. Sou meio tapado.

      Fiz post a respeito na época:
      http://www.tonygoes.com.br/2018/10/mostruario-d.html

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  3. Tapado nada. O único país da Ásia que eu conheci foi a Coréia. Acho que isso ajudou.

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  4. Um dos críticos do the New Yorker, digamos, "acabou" com o filme.

    https://www.newyorker.com/culture/the-front-row/theres-a-voice-missing-in-alfonso-cuarons-roma

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    1. É interessante o ponto de vista do articulista. Mas ele exige do filme o didatismo de um documentário histórico. Também não conhece (não que fosse obrigado) as mulheres mexicanas de classe baixa. Elas simplesmente não falam.

      Eu participei de muitos “focus groups” no México. Era mesmo muito difícil entender o que essas mulheres pensavam. Foram treinadas a vida inteira para não dar opinião. Na Argentina é o contrário: todas falam demais, e saía até briga durante os grupos.

      Eu senti por inteiro a personagem Cleo. Entendi perfeitamente quem era aquela mulher. Talvez por ser latino-americano de classe média alta e ter tido empregadas parecidas.

      Continuo achando “Roma” uma beleza. E o debate é sempre enriquecedor. Veja o filme e me conte sua opinião.

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    2. Ainda não o vi, mas o farei em breve.
      Quanto ao articulista, me pareceu que ele queria que o Cuaron tivesse feito um filme que ele efetivamente não o fez.

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