domingo, 2 de dezembro de 2018

MAMMA, JUST WENT TO THE BIENAL

Há mais de uma década que São Paulo não recebia uma Bienal tão boa quanto esta, que sai de cartaz na semana que vem. Claro que nem tudo é bom: ainda abundam as instalações que parecem ter sido feitas pelos alunos da Tia Cleide com tudo que havia no armário de limpeza. E ainda há o problema eterno do pavilhão desenhado por Niemeyer, que obriga o visitante a percorrer léguas por uma rota que nunca é racional. Mas a ideia das subcuradorias - o curador espanhol Gabriel Pérez-Barreiro chamou artistas do mundo inteiro para fazerem suas próprias seleções - funciona bastante bem. E não é que essas várias mostrazinhas conversam bem entre si, justificando o tema "Afinidades Afetivas"? Mas nenhuma é melhor que a da pintora sueca Mamma Andersson, de quem eu nunca havia ouvido falar. Ela escolheu diversas obras suas e de conterrâneos seus, além de ícones russos do século 16, móveis modificados e até uma peça exclusivamente sonora. Também me encantei com o paraguaio Feliciano Centurión e o guatemalteco Aníbal López, ambos já mortos mas autores de trabalhos fortíssimos. Ainda tem a série completa "Césio 137", pintada há mais de 30 anos por Siron Franco como comentário/denúncia do grave acidente atômico que abalou Goiânia. Para variar, eu devia ter ido antes: agora não vou ter tempo para uma segunda visita à Bienal.

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