domingo, 30 de dezembro de 2018

ESSE ÁRABE AINDA TEM FUTURO

"O Árabe do Futuro" foi anunciado como uma tetralogia. A partir de 2014, sairia um volume por ano, em que o cartunista francês (de pai sírio) Riad Sattouf contaria "sua juventude no Oriente Médio". O quarto volume, que deveria ter sido lançado em 2017, só veio à luz este ano, e é bem mais grosso do que os anteriores. Pensei que Sattouf quisesse enfiar o máximo de memórias em um único livro e dar a série por encerrada. Só que, depois de quase 300 páginas, vem uma surpresinha: "à suivre". Ou seja, continua, esse árabe ainda tem futuro. A notícia é maravilhosa, porque a saga de Sattouf é tão absorvente quanto o "Persépolis" de Marjane Satrapi. Criado entre a França, a Líbia e a Síria, ele tem um olhar predominantemente ocidental, que lhe deixa destacar as peculiaridades dos países árabes. Mas seus dons de narrador são tão poderosos que até detalhes banais, comuns a crianças e jovens do mundo inteiro, se tornam fascinantes. Que essa infância interminável ainda se prolongue por muitos e muitos tomos.

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