segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

BOY NEON


Poderia haver uma história propriamente dita em "Tinta Bruta". O protagonista Pedro responde a um processo criminal: durante uma briga com um bully, ele escondeu uma chave entre os dedos e acabou cegando um olho de seu oponente. Mas os diretores Filipe Matzembacher e Marcio Reolon estão mais interessados em traçar um perfil do personagem do que contar o que acontece com ele. O problema é que Pedro não é terrivelmente interessante. É um rapaz meio apático, que só se solta quando lambuza o corpo com tintas fosforescentes e se exibe pela webcam para internautas, que pagam pelo seu showzinho. Além do mais, o longa poderia perder uma meia hora sem remorsos. Apesar de tudo, o terço final é admirável, assim como a desinibição de todos os atores (tem até pau duro em cena). Acho um pouco exagerados os prêmios que o filme vem ganhando, mas não vou reclamar do cinema queer made in Brazil. Que venham mais - e, se possível, melhores.

4 comentários:

  1. Sobre Fernanda Montenegro, na verdade ela não defendeu a Lei Rouanet. Ele defendeu a classe dos artistas, caracterizando-os como uma espécie de casta, imune às imperfeições que acometem os reles mortais. Disse que os artistas são "libertários e dignos"(?) e que não são responsáveis pela corrupção. Portanto incapazes de cometer delitos, solicitações fraudulentas, desvios, falsos testemunhos, agressões, ofensas, assassinatos, assédios. Afinal quem já ouviu falar de um artista sendo acusado por algumas dessas infrações, crimes e falhas de caráter? Fernanda Montenegro, smugness level: 💯!

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    1. Quanta mentira, ela não disse tudo isso, que preguiça...

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  2. Ela não disse que todo artista é santo. Mas, se você for verificar as fraudes na Rouanet, verá que a maioria não foi feita por artistas.

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  3. Se o Brasil tivesse bons políticos quanto como temos bons artistas estaríamos bem!!!
    G-

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