domingo, 16 de dezembro de 2018

À LA GARÇONNE


Toda vez que há uma onda de libertação feminina, as mulheres cortam os cabelos e usam calças. Não é porque elas queiram virar homens: é, antes de mais nada, a adoção de penteados e roupas mais confortáveis. Foi assim logo depois das duas guerras mundiais, e também foi assim na virada do século 19 para o 20. Nessa época - a bela época - explodiu Colette, cuja personagem Claudine se tornou um dos primeiros fenômenos da cultura de massa, enfeitando embalagens de balas e cigarros. A escritora francesa tem uma trajetória emblemática da luta pela emancipação da mulher. Casou-se muito jovem com um autor-empresário, que contratava ghost-writers para escrever seus best-sellers. Não demorou para ele por a esposa para trabalhar, mas ainda assinava como seus os livros dela. Essa história de origem é o foco de "Colette", uma visão britânica da literatura além-Mancha. O filme está dentro daquela zona de conforto que reúne atores de prestígio, direção de arte de extremo bom gosto e um ou outro peitinho de fora, só para não ser acusado de caretice total. Mas o roteiro ágil faz com que o tempo flua rápido. Até Keira Kightley, uma atriz com quem eu costumo implicar por causa do eterno carão, está convincente no papel-título. Além do mais, "Colette" aposta em uma tese que vem ganhando tração nos últimos tempos: assim que se torna dona do próprio nariz, toda mulher vira bi.

10 comentários:

  1. O Mio Babbino Caro
    Quantas sinteses em tão poucos parágrafos.
    (Não é uma critica rs)

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  2. O filme é todo correto, bom mas parece que falta algo.
    A verdade é que ninguém gosta de homem hétero.

    ps. queria um post sobre Roma do Cuaron.

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    1. Fiz um post sobre "Roma" há um mês e meio:

      http://www.tonygoes.com.br/2018/11/romance-da-empregada.html

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    2. "Ninguém gosta de homem hétero"

      Fale por você, 21:02. Se fosse possível, viveria cercado de homens héteros para todo sempre, sem histeria feminina ou bichisse perturbando meus dias. Um paraíso!

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  3. Queria um post sobre o Miss Universo...rs!

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    1. Ah, Lorenzo... O Miss Universo foi mais uma prova do domínio masculino em todas as áreas da vida. Logo, as amapôs não terão mais espaço nos esportes e nos concursos de beleza.

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    2. Discordo de tudo. E sou Missólogo.

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  4. Kkkkkkkk
    Ele deve se ver doido com nossos pedidos, mas ele sabe que a gente gosta e respeita a opinião dele! 😉

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  5. Viva a diversidade o que seria do mundo se todos fossem iguais

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  6. Ah. Eu acho saia tão mais confortável que a calça, principalmente no calor. Queria viver na Escócia só para poder usar a saia masculina deles que, por puro machismo, deram um nome diferente da saia feminina.
    Não gostei do trailer. Acho que esse só vejo nos acasos da vida...

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