sexta-feira, 21 de setembro de 2018

INSTITUTO MÉDICO ILEGAL


O escolhido pelo Irã para disputar o próximo Oscar de filme estrangeiro mal parece iraniano. Não fosse pela língua e pelos véus nas cabeças das mulheres, a história poderia se passar em qualquer país do mundo - especialmente, nos do terceiro mundo. Um médico esbarra seu carro, sem querer, em uma moto onde ia toda uma família - pai, mãe, filho de oito anos e uma bebê de colo. O fato de ninguém usar capacete é o de menos. Vai todo mundo ao chão, mas só o garoto parece ter se arranhado um pouco. O doutor insiste em levá-lo ao hospital, mas o pai se recusa. No dia seguinte, ao chegar para trabalhar, esse médico descobre que sua pequena vítima chegou a ser internada de madrugada, mas morreu. Só que a autópsia indica que a provável causa da morte foi botulismo. A partir daí se desenrola um drama pesado, que resulta em mais um morto e em um dilema de consciência para o doutor. Afinal, o moleque morreu por causa do acidente ou não? Não tem nada de muito entertaining neste longa de Vahid Jalilvand. A fotografia é acinzentada, as locações são feiosas e não há uma nota sequer de música. Mas as questões levantadas são interessantes - e, na melhor tradição do cinema iraniano, quem tem que chegar a uma conclusão é o espectador.

4 comentários:

  1. O Mio Babbino Caro
    ...o fato de não haver uma nota sequer de música se atribui ao velho mantra de Khomeini de que a música dissimula o espírito...levando o Irã a chegar proibir música.

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  2. O último filme iraniano que assisti foi "Através das Oliveiras". Faz tempo! Pra nunca mais. Tortura pura.

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  3. Mas parece um thriller hollywoodiano (até melhor). O oposto daqueles filmes iranianos surreais.

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