quinta-feira, 9 de agosto de 2018

NÃO CHORO POR TI, ARGENTINA

As verdes perderam? Sim, no curto prazo. Aposto que, no médio, vencerão - venceremos! Como eu já disse no post anterior, o debate na Argentina sobre a legalização no aborto conseguiu reformular o problema. Aborto vai acontecer de qualquer jeito: não adianta ser contra, a mulher que quiser abortar irá fazê-lo. O que está em jogo agora é a vida desta mulher. Por isto, cada um dos 38 senadores que votou contra a nova lei será responsável pelas mortas daqui para a frente. O resultado no Senado era até esperado, pois há mais conservadores ali do que na Câmara de Deputados. E o projeto de lei deveria ter sido alterado, para se tornar mais palatável: a data limite para abortar poderia ter baixado de 14 para 12 semanas, e uma "cláusula de consciência" (liberando os médicos que se dizem pró-vida), incluída. Mas a lição foi aprendida, e uma nova legislação sobre o tema já pode ser proposta dentro de seis meses. O mais importante é que, como dizem os americanos, o gênio saiu da garrafa, e para lá não voltará mais. Há toda uma geração de mulheres que não quer mais se submeter à cultura machista, e muita gente que era contra a legalização mudou de ideia (duvido que o contrário tenha ocorrido). Não vou chorar pela Argentina, porque a legalização do aborto já desponta no horizonte do país. Enquanto isto, aqui no Brasilistão...

4 comentários:

  1. Não consigo entender como para salvar um tanto de mulheres, libera a morte assistida de um sem número de fetos. A mulher que decide tirar a vida do próprio filho deve ser mais protegida que milhões de futuros fetos? O aborto já é liberado no Brasil para os caso necessários, e para os demais há os métodos contraceptivos: camisinha, pílula anticoncepcional, pílula do dia seguinte, dil, abstinência e etc etc etc... Será que abortar depois de 03 meses de gestação é menos danoso, traumático ou doloroso que se precaver com uma dessas formas? Claro que não. É mais humano investir na prevenção, na proteção da gravidez, da mulher grávida, na responsabilidade do pai e por ai vai... Além disso melhorar os abrigos e desburocratizar e facilitar a adoção. A fila da adoção é maior que o número de crianças disponíveis para adoção. Combater o racismo também é importante para que as pessoas escolham os filhos adotivos sem olhar a cor. Ou seja, há muito o que ser feito para a mulher e para o feto antes de decidir pela morte de um dos dois...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pode apostar que o anônimo aí de cima é homem.

      Excluir
    2. Rapaz, está ae algo que não tenho uma opinião formada, justamente pelos argumentos que você levantou.
      E obrigado por argumentar sem gritar, sem xingar...

      Excluir
    3. Muito bem, se a Sra for mulher, então não aborte quando engravidar, essa é a sua decisão e convicção. Já aquelas outras mulheres que querem abortar, é a decisão delas, respeite.
      Gostaria de saber se toda a sua mobilização e consternação em favor da vida também se aplica aos presidiários que morrem todos os dias nas cadeias do Brasil...

      Excluir