segunda-feira, 6 de agosto de 2018

ABRIL DESPEDAÇADA

Uma amiga jornalista já tinha me cantado a bola há duas semanas, e hoje ela se confirmou. A Editora Abril demitiu centenas de funcionários (o número exato não foi divulgado) e fechou uma dezena de revistas. Entre elas, as versões brasileiras da "Elle" e da "Cosmopolitan" (que ficou mais conhecida pelo primeiro nome que teve no Brasil, "Nova", ou então como a revista das secretárias). Meu coração também se despedaça um pouquinho: a Abril foi uma parte importante da minha formação, dos quadrinhos aos fascículos, passando, é claro, por várias de suas revistas. Além disso, fui colaborador da casa durante seis anos, quando assinei coluna na "Women's Health". Tenho pena dos que perderam seus empregos; da empresa em si, nem tanto. É notória a inabilidade da Abril em se adaptar aos tempos da internet, tida como "um modismo passageiro" por membros da diretoria de uma década atrás. De qualquer forma, ela continua, assim como quinze de seus títulos mais rentáveis. Desses sobreviventes, o único que eu ainda compro de vez em quando é a "Superinteressante", uma excelente leitura para viagens de avião. O fato é que eu quase não gasto mais meu dindim com revista nenhuma, depois de ter sido viciado nelas por mais de três décadas. Também não compro mais CD, não alugo mais vídeo... Culpa do tal modismo.

15 comentários:

  1. Nossa geração esta vendo coisas inacreditáveis...
    Quase um mundo novo .

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    1. Inacreditável bixa ? Menos! O mundo muda todos os dias .

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    2. Ah. Esse pessoal que veio ao mundo na semana passada e ignora tudo aquilo que veio antes... E, por isso, vai cometer exatamente os mesmos erros que seus antepassados.

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  2. Sou viciado em revista, e ainda gosto da publicação física, assim como no livro, necessito da sensação tátil.
    A revista Veja foi fundamental na minha formação, e deixei de ler justamente quando passou a adotar um editorial quase de extrema direita.
    Uma pena, uma vez que jornalismo é bem diferente de redes sociais, de blogs...
    Vc mesmo sempre ressalva que aqui no seu blog por mais informado que vc seja, é no final seu ponto de vista, não jornalismo.

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    1. Rs. Se a Veja foi fundamental na sua formação acho melhor vc voltar pra escola

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    2. A Veja foi uma revista fundamental para o Brasil, durante muitas décadas. Desempenhou um papel-chave na redemocratização. Também foi o primeiro órgão de imprensa a denunciar as maracutaias do Collor. Foi só durante o governo Lula que a revista deu uma guinada à direita. E já "desguinou": desde que André Petry se tornou editor-chefe, a Veja vem adotando uma postura muito mais moderada.

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    3. Tony, tá tentando emplacar uma coluna na veja tb? Falar q a Veja deu uma desguinada...continua a mesma bosta pra classe média brasileira. Para vai.

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    4. A Veja não virou uma revista de esquerda. Não é a Carta Capital. Mas, pelo pouco que eu ando lendo da revista (folheio na casa do meu irmão, que continua assinante), não é mais aquela extrema-direita antipetista roxa de uns anos atrás. Até capa contra o Aécio ela já fez.

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  3. Locadoras de filmes e Lojas de Cds já foram embora, agora é a vez das bancas de jornal e revistas. As livrarias serão as próximas, por conta do comércio eletrônico e porque o livro digital vai cair ainda mais no gosto das pessoas. Eu mesmo nunca mais comprei um livro físico. Espaço para guardar e comodidade para carregar também são alguns dos motivos.

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  4. O Mio Babbino Caro
    Além dos novos tempos, A Editora Abril, não colaborou em nada para angariar uma sobrevida. A não ser que tenha acreditado que com capas de Lula em seu carro chefe iria alavancar seus negócios...de qualquer forma o destino das editoras já estão mais ou menos traçados. Ainda há muita gente que compra livros e revistas, mas o apelo é cada vez menor. O universo net veio para ficar, lembro do meu entusiasmo com as coleções da Abril: Conhecer/Biologia/Flora/Mundo animal/Medicina e Saúde...Clássicos da Música, Pintura, MPB com resenha dos melhores críticos, que mundo maravilhodo. Tudo acabou e ainda virou piada, nesse momento mesmo estou aqui dividido entre terminar de ler um livro e ficar nesse parque de diversão e horror que é a internet. Os Civitas fizeram sua parte e passagem. Que venha o novo porque o novo sempre vem.

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  5. Difícil saber como uma empresa desse tipo sobreviverá. O Estadão também, a Folha, etc. Ninguém mais compra revista ou jornal, só que quer consumir informação que tem que ser produzida por profissionais remunerados. Alguém tem que pagar por isso, só os anúncios não bancam, e os assinantes ainda não estão dispostos a pagar. Acho a situação bem complicada. Eu estava em um consultório em outro dia, e a capa, eu disse a capa da Vejinha, trazia o "perfil" do filho adolescente da Luciana Gimenez com o Mick Jagger. Juro por Deus, se eu fosse assinante, cancelava na hora.

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    1. Não sei por que não é toda hora que uma...garota...da periferia global dá a luz a um filho de megastar.
      G-

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  6. O pessoal da TV também achava que migrar para internet era um erro. Isso porque "o pessoal da internet" só quer as coisas de graça.
    Para que alguém iria pagar para ver um seriado na internet, sendo que o mesmo pode ser baixado facilmente de forma gratuita (mesmo que pirata)?
    O Netflix veio e provou o contrário. Agora todo mundo, atrasado na corrida por esse mercado que achavam que nem existia, sai correndo (lançando o seu próprio ondemand) para tentar arranjar um novo lugar ao sol.

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  7. Ain eu AMO CD, só n compro muito pq no Brasil é caro d+

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