Estou lendo "Neandertal, Nosso Irmão" por causa de "Sapiens", talvez o livro mais influente da década até agora. Claro que era isto o que os editores esperavam, pois as cores e a diagramação da capa remetem à obra de Yuval Noah Harari. Mas não precisava: fiquei tão encafifado com a informação de que a nossa espécie de hominídeo é a única capaz de pensamento abstrato, que quis conhecer mais sobre esses parentes, cujo DNA está presente até hoje em europeus e asiáticos. Até onde se sabe, o neandertal (grafia moderna, já que o nome do vale alemão onde se descobriu o primeiro fóssil perdeu o "h") não tinha religião nem arte. Talvez não tivesse nem linguagem oral: seria mesmo o estereótipo do homem das cavernas, se comunicando por grunhidos e golpes de clava. O jornalista francês François Savatier adota um estilo um tiquinho floreado para explicar as descobertas de sua conterrânea, a cientista Silvana Condemi, mas em nenhum momento a leitura se torna aborrecida ou cheia de termos inacessíveis aos leigos. O livro acaba levantando mais perguntas do que fornecendo respostas: o que, afinal, deu cabo do neandertal? Provavelmente, vários fatores: o aquecimento do clima, o avanço do sapiens e seu aliado, o cachorro (que o neandertal jamais domesticou), talvez até uma gripe que transmitimos a eles. E uma questão que me aflige de vez em quando permanece: como reagiríamos se descobríssemos uma população neandertal isolada, sobrevivendo em algum ponto do planeta? Esses outros humanos teriam os mesmos direitos que o resto de nós?
Considerando situações históricas semelhantes, com quase certeza, não teriam os mesmo direito que nós. Numa situação considerada digna, seriam utilizados como objeto de pesquisa e estudo. No meio termo, seriam evangelizados por alguma igreja preocupada com a salvação divina deles. No pior dos casos, virariam atração de circo.
ResponderExcluirO Mio Babbino Caro
ResponderExcluirSe nesse ponto do planeta houvesse uma bancada do Boi, com certeza NÃO.
Se até pra cachorro o povo quer usar a palavra "direito", não duvido nada que fariam uma farra danada: de legalização de casamento SxN à criação de ONGs financiadas com dinheiro público, veríamos todo tipo de cretinice que o "pensamento abstrato" é capaz de criar.
ResponderExcluir15:10, vc tá bem?
ExcluirEla está passando por um momento abstrato kkkkkkk
Excluir"de legalização de casamento SxN " Mas se já se comiam o casamento seria o próximo passo em relação a "direitos"!
ExcluirNick