Não há segundo turno nas eleições mexicanas. Se houvesse, talvez Andrés Manuel López Obrador tivesse chegado à presidência já em 2006, a primeira vez em que concorreu. Naquele ano, apenas meio ponto de diferença o separou de Felipe Calderón, o eventual vencedor em um resultado bastante contestado. Em 2018, não tem dúvida possível. O Lula do México chegou lá na terceira tentativa com 53% dos votos válidos, uma vez mais cedo do que seu similar brasileiro. O que vem agora é uma incógnita: AMLO é o primeiro governante esquerdista em um país dominado há mais de um século pelo mesmo grupo político, o PRI (Partido Revolucionário Institucional, uma contradição em termos) e sua dissidência, o PAN. Também é o raro esquerdista eleito em uma América Latina em pleno contrafluxo de direita. Até aí, tudo bem: o México só teve uma real alternância de poder quando os espanhóis derrubaram os astecas, no século 16. O que me incomoda em AMLO é seu viés populista, que só serve para polarizar a sociedade. Mas vamos dar uma chance ao cabrón: ver como ele peita o também populista vizinho do norte, como (se) resolve o crônico problema da violência, como lida com o imenso potencial de seu país. Já estive 19 vezes no México (só uma delas a passeio) e adoro aquilo lá. Não sei se eu teria votado em AMLO se fosse mexicano, mas que Nossa Senhora de Guadalupe, la Niña Blanca e Huitzilopochtli protejam o seu governo.
Esperar que Lopez Obrador termine com um só golpe com décadas de desgoverno, corrupção, tráfico de drogas, violência, pobreza, nepotismo e incompetência não é razonvel pedir , basta com que não faça o mesmo ou siga o mesmo caminho e pare, mesmo que só um pouco, tudo o que sofreu no México nos últimos 100 anos e se agravou para se tornar insuportável nos últimos 30 anos.
ResponderExcluirUm presidente de extrema-esquerda, num país em que o mesmo grupo de mídia possui praticamente o monopólio dos meios de comunicação, numa sociedade tomada por cartéis do crime: o que pode dar errado, não é mesmo? Conhecemos bem esse roteiro.
ResponderExcluir(1) No mesmo dia, os mexicanos já começam a se acostumar com a derrota. Os próximos anos serão assim.
(2) Como entender um povo que vota na esquerda, mas arrisca a vida para cruzar uma fronteira e morar num país com um presidente de direita? O tal muro nunca foi tão necessário.
(3) "Mas vamos dar uma chance ao cabrón". Pena que não li nada semelhante quando a direita venceu nos EUA. A propósito, não tivemos ataque histérico da Monalisa Perrone, desta vez. :D
AMLO, extrema-esquerda, DeFu? Onde? Quando ele era prefeito do Mexico ele foi um centrista descarado
ExcluirOs que votam não são os mesmos que cruzam a fronteira.
Excluir15:12 Lendo seu comentário, só se concluí uma coisa. Falta-lhe uma vida plena e feliz.
ExcluirFinalmente um cabrón macho no poder!
ResponderExcluir“Até aí, tudo bem: o México só teve uma real alternância de poder quando os espanhóis derrubaram os astecas, no século 16.”
ResponderExcluirKkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Esse Tony...
O Mio Babbino Caro
ResponderExcluirTenho a impressão que essa Vitória é o início, novamente de um Contra Fluxo á Esquerda na América Latina...Vejamos.
Ele tratou de mandar um discurso bem centrado depois de anunciado vencedor para acalmar os mercados e o peso mexicano se valorizou. Também falou em dialogar com Trump, inclusive na questão migratória.
ResponderExcluirMas no final bateu na tecla que vai varrer o país da corrupção. O que, claro, não é ruim, mas foi num tom extremamente populista, como se isso fosse a maior missão do governo. Coisa que acho pouco provável que ele consiga.
Veremos, veremos. Dada experiência atual, se o México se revoltar e ameaçar os EUA com mísseis nucleares. Apesar do teatro do atual presidente americano vai fazer, eles assinam um acordo bem rápido. Hahahahaha.
ResponderExcluirAcho a missão do méxico mais fácil (menos difícil) que a do Brasil, porque eles me parecem ter o básico (educação) um pouco mais desenvolvido que o nosso
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