terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

XINGANDO EM ÁRABE


Que bagunça que é o Líbano. Esta é a conclusão possível depois de ver "O Insulto", o primeiro filme do país a concorrer ao Oscar. Uma briga boba escala para uma troca de ofensas, daí para a violência física, daí para um caso que ganha as manchetes dos jornais e divide ainda mais cristãos e muçulmanos. Em dado momento, até o presidente tenta intervir, mas em vão. No tribunal, novas descobertas sobre os litigantes mostram que todos têm razão para se comportar mal, mas ninguém têm toda a razão. Com ótimas interpretações e ritmo febril, "O Insulto" talvez se ressinta de excesso de informações. São tantas mágoas de todos os lados que é até de se admirar que o Líbano ainda exista.

17 comentários:

  1. Um dia deixaremos de ser o povo cordial de Sérgio Buarque do Holanda e superaremos os libaneses. As esquerdas seguem trabalhando ativamente por isso.

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    1. Aparentemente a pessoa nunca leu o Sérgio Buarque de Holanda. Seu homem cordial não tem nada a ver com cordialidade. Tem a ver com pautar-se pelo coração ao invés da racionalidade.

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    2. 18:45 Li, reli e não vi onde o comentário confunde "povo cordial" com cordialidade. Salvo em sua leitura. Seria a exata falta de ordenação e regulação, associada à herança rural, que nos impedem (ou impediam) de burocratizar as contendas entre os indivíduos. Até pouco tempo, as diferenças eram resolvidas no momento exato que surgiam, segundo uma noção de poder que no máximo apelava ao patriarca local para obter um veredito. Ou você não viu o filme (e não entendeu a profunda racionalização em torno de uma querela), ou não leu direito "Raízes do Brasil". No caso desta última alternativa, recomendo o terceiro capítulo. Pode ser que ajude.

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    3. *que nos impede (ou impedia)

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    4. Pais cordial hahaha, me diz o endereço porque esse aqui tem mais crime que mais da metade da metade do mundo.

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    5. Ok, meu caro, não precisa fazer a Antígona tentando enterrar Polinice, já entendemos que você leu o livro. Eu também li e reli, na graduação e no mestrado. Já o filme não vi. De todo modo, essa leitura benevolente que você faz do homem cordial, parece-me, não encontra esteio nem no próprio Sergio Buarque de Holanda. Seu próprio comentário indica como as querelas eram resolvidas sem critérios claros, na base de relações de poder, e isso gerava inúmeros problemas e injustiças. Mas não são comentários anônimos em um blog que vão nos fazer convencer-nos um ao outro, não é mesmo? Ainda assim, fico satisfeito de ver que há pessoas na nova direita que leem, estudam e sabem debater (na velha sempre soube que havia). Gostaria que a recíproca fosse verdadeira.

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    6. 20:50 leia a sequência de comentários e veja que "povo cordial de Sérgio Buarque do Holanda" não está relacionado com cordialidade, mas com a intimidade e a falta de formalismos que o brasileiro usa no trato social.

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  2. Qualquer semelhança com os comentários deste blog é mera coincidência! :)

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    1. 19:43 parece mentira, mas os comentários daqui não eram assim há alguns anos. Os últimos anos do governo do PT nos destroçaram a todos. Se aqui está assim, imagine a quantas anda a moral de um venezuelano.

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    2. Concordo, rompi amizades com petistas e esquerdistas radicais pois se tornaram pessoas raivosas, que querem sufocar sua opinião e te jogar naa lama se puderem. Tomei nojo.

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    3. As pessoas se aproveitam do anônimato da internet para agirem com maior exagero e dramatização. Por isso tudo vira polêmica na internet. Pessoalmente costumam ser mais comedidas e educadas. Pelo menos a grande maioria.

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  3. Tony, não sei se já leu, mas segue mais uma razão para a Gazeta do Povo ter se tornado o jornal predileto da direita:

    http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/francisco-escorsim/2018/02/20/enquanto-isso-na-historia-intelectual-brasil/

    Por mais informação e menos lacração.

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  4. De fato o Líbano parece ser uma grande confusão, mas estou com uma vontade enorme de visitá-lo. Aparentemente a noite lá é boa. Fico impressionado com o stories de amigos meus que vivem em Beirute.

    Todo mundo lá ridulariza a elite branca que é super racista, adora falar (mal) o francês, tratar mal os muçulmanos. A sociedade é extremamente divida. E isto chega ao parlamento com a dificuldade de formar governo e coligações. O legislativo é divido com base na religião, diferentes tipos de cristãos e diferentes tipos de muçulmanos.

    Há pouco tempo não havia nem recolha de lixo e Beirute passou a ser um enorme lixão.

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    1. Namoro um filho de libanês, a familia e ele vão sempre pra lá, e ele repete sempre que não é um país seguro. Vindo de alguém que mora no Rio, é uma afirmação a se considerar.

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  5. O Mio Babbino Caro
    Há quem diga que o que mantém a coexistência no Líbano, são as Boutiques.

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  6. a eu, tonya devia patinar encima dos comentários (ao som de Dalida)

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