segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

MR. BURNS E A ORELHA


John Paul Getty foi não só o homem mais rico de sua época, como também a inspiração para muitos milionários de caricatura. Dá para perceber, em "Todo o Dinheiro do Mundo", que a avareza de Getty serviu de matriz para o Mr. Burns dos "Simpsons", capaz das maiores crueldades para não desperdiçar um único centavo. O discreto quaquilionário frequentou as manchetes em 1973, quando seu neto JPG III foi raptado em Roma por mafiosos pé-de-chinelo. O sequestro, que durou meses, é o assunto do filme de Ridley Scott, que teve uma produção tumultuada quase que mais interessante. Como todo mundo sabe, Christopher Plummer rodou em novembro as mesmas cenas de Kevin Spacey, sumariamente defenestrado do elenco depois dos escândalos sexuais que arruinaram sua carreira. Plummer está indicado ao Oscar e é de fato o melhor ator em cena: a chatinha da Michelle Williams não consegue gerar empatia e Mark Wahlberg, como uma versão hétero do Smithers, não tem muito o que fazer. Mas "Todo o Dinheiro do Mundo" funciona como um thriller eficiente, mesmo que idosos como eu já saibam da cena da orelha. Ai...

2 comentários:

  1. Os produtores desse filme agiram como o seu protagonista, com medo de perder grana por causa de possíveis críticas, resolveram limar o cara do filme e refazer tudo.

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  2. O Mio Babbino Caro
    Tio Patinhas fez escola!!!

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