quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

MÃO VENCEDORA


Não tenho DNA de jogador. Nunca entendi como algumas pessoas podem arriscar tudo o que têm numa mesa de bacará. Para mim, apostar na roleta equivale a atirar dinheiro na privada e dar a descarga. E já soube um dia jogar pôquer, mas faz tanto tempo que esqueci. Por isto, tive uma certa dificuldade em captar as jogadas de "A Grande Jogada". Mas dá para gostar do filme mesmo sem saber diferenciar os naipes do baralho. A história real da ex-esquiadora Molly Bloom, que virou empresária do carteado depois que um acidente a afastou das pistas, é contada de maneira ágil pelo premiado roteirista Aaron Sorkin, que aqui faz sua estreia na direção. A locução em off e a montagem frenética lembram o estilo de Scorsese e, num ano menos competitivo, Jessica Chastain seria uma das favoritas ao Oscar. Verdade que "A Grande Jogada" padece do problema que sempre pinta quando diretor e roteirista são a mesma pessoa: é longo demais, porque seu autor achou tudo genial e não cortou nada. Isso acaba por diminuir o impacto final, ainda mais porque há um DR da protagonista com o pai (Kevin Costner, menos chato que de costume) que lembra a conversa que amarra "Me Chame pelo Seu Nome". Mesmo assim, é um longa interessante, que está passando meio batido nessa temporada de prêmios.

11 comentários:

  1. Super off topic Tony, mas vc consegue imaginar por que todos gays que o Boninho até hoje colocou no BBB são afeminados?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Já percebeu que todas as pessoas que o Boninho escolhe são perturbadas?
      Ele não escolhe pessoas. Ele escolhe personagens. Os afeminados são apenas mais uma categoria na escala de “over” dele.

      Excluir
    2. Pq talvez os gays alinhados com a heteronormatividade se considerem tão discretos (e fora do meio, rs) o suficiente para evitar a exposição. Isso é uma dívida histórica que todos nós, os gays, temos com os ditos “afeminados”, dispostos às vezes literalmente a dar a cara à tapa por uma causa e uma visibilidade que é de todos nós. É por isso que é sempre incômoda a não aceitação de todos os espectros da sexualidade pelos próprios gays e o seu mantra de “não curto afeminados”.

      Excluir
    3. Não acredito em dívida com os afeminados. São porque são.

      Excluir
    4. A escalação dos participantes de um reality show é crucial. Gente espalhafatosa e desinibida costuma render mais do que tímidos e recatados. Quem quer ver um gay "fora do meio", cheio de homofobia internalizada, no "BBB"?

      E acho que temos, sim, uma dívida com afeminados e travestis. Foram eles que, desde priscas eras, mostraram ao mundo que a homossexualidade existe. Foram eles que mais apanharam, que mais deram a cara para bater. Abriram o caminho para todo o resto. Obrigado, quaquás!

      Excluir
    5. Não tem dívida nenhuma. Quem é afeminado - e todo mundo é, eu, você, e principalmente o discreto e fora do meio - simplesmente está sendo o que é. Se ser afeminado é postura política, ter nariz grande também é. Quem abriu caminho para nós todos foram os ativistas, os presos e condenados, e todos os que lutaram pelos nossos direitos, que realmente fizeram alguma coisa pela causa gay, independentemente de serem mais ou menos afeminados.

      Excluir
    6. Eu não acredito em divida histórica, até porque nem acredito nisso em relação a nada nem ninguém. Como falaram acima, o gay é ele, seja mais ou menos afeminado. Óbvio que o cara menos afeminado consegue se camuflar melhor em situações embaraçosas, um afeminado às vezes já é eliminado numa entrevista de emprego só por dar pinta.
      Mas, por outro lado, e juro que não é homofobia internalizada, os gays menos pintosas tbm fizeram sua contribuição, mostrando ao hetero que ter um gay ali ao lado é igual a ter um hetero, que o gay não vai te cantar nem dar um piti soltando a franga no meio do escritório. Pode parecer tacanho ou preconceito falar isso mas o mundo real é assim e as pintosas e muito exaltadas passam um pouco essa sensação de que tudo é motivo pra fazer um escândalo.
      Eu entendo que um gay louca afetada no bbb chame mais atenção, mas acabei de lembrar de um que não era afeminado e chamou atenção porque era bem controverso, aquele doutor Marcelo que hoje é da comunidade dos ursos.

      Excluir
    7. E aqui termina o debate sobre este assunto off-topic. Quem sabe um dia eu não faça um post a respeito da dívida dos gays com os efeminaddos? Mas, daqui para a frente, só serão aceitos comentários sobre o filme "A Grande Jogada". Grato.

      Excluir
  2. Hum, não sei não. Acho que esse vou deixar para quando estiver sem ter o que fazer. Esses filmes que, de certo modo, glorificam alguém fazendo algum tipo de ilegalidade nunca me animam. E nossa, olhando os filmes dessa temporada, fico com a impressão de que o pessoal dos esportes de inverno adoram se meter em enrascadas.

    ResponderExcluir
  3. Achei muito ruim. É o tipo do filme pretensioso, com muitos cortes, enxurrada de informações, diálogos pretensamente inteligentes e parece que todos no filme têm o Q.I. do Einstein, menos eu que assisti!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado por esse comentário. Quando o Tony fez a resenha, eu meio que fiquei a fim de ver, mas pensei:" hmm será q esse é aquele tipo de filme que PRETENDE pagar de intelingentérrimo e que aa vzs não é nem 20% do q pretende ser?" Obg de novo, mas hoje é não, Tony.

      Excluir