quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

DA LAMA AO CAOS


"Mudbound - Lágirmas sobre o Mississipi" é o primeiro filme da Netflix a concorrer ao Oscar. São quatro indicações: atriz coadjuvante (para a cantora Mary J. Blige), roteiro adaptado, fotografia e canção. A plataforma teve que mantê-lo em uma sala de Los Angeles durante uma semana para poder qualificá-lo aos prêmios; no resto do mundo, "Mudbound" está sendo lançado nos cinemas como um filme "normal". E é no cinema que merece ser visto, pois quase  que se trata de um épico. Um romance polifônico onde todos os personagens são principais. A trama é bíblica de tão primária: uma família branca sem muitos recursos compra um pedaço de terra onde já vive uma família de colonos negros. Como estamos na década de 1940, o racismo é moeda corrente, e eu passei a maior parte do tempo roendo as unhas à espera da grande merda que viria. Veio. Claro que há sangue e violência (caso contrário, não haveria lágrimas), mas sem maniqueísmo. Ninguém é totalmente bonzinho ou malvado; a lama da pasiagem também escorre nas almas. Mary J. Blige não está mais do que correta e carece de uma grande cena para ser seu "Oscar clip", mas todo o elenco dá show. Um dos bons dramas da temporada.

3 comentários:

  1. Foram 4 indicações ao Oscar: faltou vc citar a de Fotografia - primeira mulher indicada na história do prêmio.

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  2. Não aguentei mais de 20 minutos. JURO que tentei. Achei chato, parado, clipado. Mas baixei a música tema porque Mary J Blige é Mary J Blige. Este ainda não é o novo "A Cor Púrpura". Não é não.

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