sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

BIXA BRUTA

O Festival de Berlim só acaba no domingo, mas hoje já saíram os Teddy - os prêmios para os melhores filmes de temática LGBT nas diversas mostras do evento. E o Brasil faturou os dois principais. "Tinta Bruta", de Filipe Matzembacher e Márcio Reolon, ganhou como melhor longa de ficção. Ainda não tem trailer, mas o clipe acima dá uma palhinha da história do garoto que dança com o corpo pintado diante de uma webcam. E "Bixa Travesty", sobre a incrível Linn da Quebrada, deu o troféu de melhor documentário para Claudia Priscilla e Kiko Goifman. Sinal de que tempos caretas são propícios para a arte transgressora.

17 comentários:

  1. Q legal, parabéns aos vencedores. Glorioso vencer em Berlim. E...hora da nostalgia...Rita Pavone (sí!), já comprei,17 de maio em SP!

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  2. O Mio Babbino Caro
    Como as OBTUSAS vão lhe dar com essa notícia de BERLIM.

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    1. Acho que sou uma das OBTUSAS, mas fico muito feliz com o sucesso de um trabalho bem feito. Pena só ter lido Matzembacher, Goifman... Preferia ter lido Silva, Souza, Lima, Pereira, etc.

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    2. 03:29 Não é assim bagunçando não, tem as bichas certas para serem OBTUSAS. O Club é fechado.

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  3. São os 2 filmes que eu mais me antecipei pra comprar ingresso e vou ver amanhã em back-to-back (mesmo cinema, duas salas, 20 min de descanso entre um em outro).
    Eu vi o (também-)brasileiro-paraguaio Las Herderes sobre um casal de lésbicas de meia idade onde uma é mais extrovertida, mas tem que passar um tempo no xilindró e a outra é uma mumia introvertida que quase não sai de casa. O foco da trama é o si redescobrir da introvertida enquanto ela gamha dinheiro como chofer das amigas de poker. A subtrama presente em quase tudo é o abismo social paraguaio muito maior que o do Brasil (se trm gringo que se choca que nós temos domésticas, imagina quando descobrirem que no Paraguai as famílias pobres ‘dão’ as filhas ainda novas para seres criadas em famílias ricas, trabalhando como domésticas e recebendo educação em retorno). Já faturou algum prêmio da crítica, mas não vejo o júri de Berlim percebendo essas sutilezas (são bem mais sutis do que em Central do Brasil e Tropa de Elite, vencedores de 1998 e 2008, respectivamente). Só do Paraguai ter chegado tão longe na competição já é uma vitoria em si.
    Vi também o grego “Obscuro Barroco” que é um média metragem onírico sobre o Rio do submundo do alemão, dos travestis, carnaval e réveillon, tudo em poemas dr clarice Lispector narrados pela finada Luana “Travesty Não É Bagunça” Muniz, no que é praticamente uma auto-elegia.
    Já o (não tão-)brasileiro “7 dias em Entebbe” é José Padilha ON FIRE metendo o dedo ja ferida Israel x Palestina, recontando um dos muitos sequestros de aviões nos anos 70 praticados pela RAF feat. Frente Popular pela Libertação da Palestina do ponto de vista dos sequestradores e logo se revela o abismo motivacional entre os palestinos comendo o pão que Yitzhak Rabin ammassou e os revolucionários alemães criados a iogurte lutando contra essa diradura sanguinária que foi a Rep. Federativa da Alemanha (vulgo Alemanha Ocidental) pós-guerra. Pois é. A coisa fica estranha quando alemães sequestram um voo vindo de Tel Aviv o que significaria muitos reféns judeus. Tem o meu marido imaginário Daniel Brühl ainda com a mesma cara de adolescente de Adeus Lênin (ele e Jake Gyllenhaal já estão entrando na casa dos 40 ainda com carinha de 20, não importa quanta barba tenham). Igual em Tropa de Elite, padilha conta a história do ponto de vista dos anti-heróis, sem deixar de mostrar o quiprocó político em Israel com as famílias dos reféns invadindo o prédio do governo e tudo. Acho que quem sinpatiza com quaisquer das causas (israel ou pamestina) vai gostar do fillme. Quem acha que as duas não tem razão e deveriam sentar e conversar, também. Tem tudo pra agradar todo mundo. Só não está na competição oficial.
    (Segue...)

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  4. (...continuação)Ainda vi “O Processo”, filme da Maria Augusta Ramos (da trilogia “Justiça”, “Juízo” e “Morro dos Prazeres”) que volta com mais um documentário sem narração mostrando as reuniões e votações do processo de impeachment da Dilma desde a aprovação da denúncia na câmara até o julgamento final no senado. Vai ser interessante ver a reação que esse filme vai causar no Brasil em ano eleitoral. É um pouco de uma pedrada emocional ver todos aqueles meses condensados em pouco mais de 2 horas. E ainda por cima apenas o lado da defesa da presidenta ganha holofotes. Vemos as reuniões internas com Gleisi e Lindberg e José Eduardo Cardoso. Mas quase nada do outro lado é mostrado. A menina-pastora Janaína Pascoal se deixou filmar um pouco. Os outros partidos simplesmente negaram acesso à equipe do filme o que levará muita gente a dizer “foi golpe” e eles terão razão. Aliás, a Gleisi do documentário é diametralmente oposta à Gleisi que vemos soltando tweets de DCE de humanas por aí. No seu gabinete, tomando seu chimarrão e com seus assessores ela é muito bem articulada e realista. E acho que o melhor momento é quando em outra reunião onde já se dava tudo por perdido, um senhor que eu não reconheci quem era, aproveita para falar que quem está protestando a favor de Dilma não é o eleitor do PT. O PT perdeu muito do contato com sua base eleitoral ao longo dos seus 13,5 anos de governo. As pessoas estavam protestando pela ruptura na democracia feita para favorecer o estanque na lava-jato. Mas se fosse uma nova eleição com novos jogadores, os “mortadelas” não seriam exatamente eleitores do PT. Pra mim esse foi o momento crucial do filme. Quero ver se vai causar comoção como os outros filmes dela ou se vai pregar para os convertidos. Só pra constar, o filme não recebeu verba pública brasileira. É co-produção do Canal Brasil com dinheiro do fundo do festival. É... acredite ou não, mas os alemães (e os líderes internacionais em geral), gostavam de Dilma (ou pelo menos do governo PT) e ficaram meio perdidos nessa batalha de golpe x nao-foi-golpe. Não por menos, o Vampiro com faixa nunca mais apareceu em foto com um líder mundial de peso. Ele é tido como radioativo na comunidade internacional e o Brasil só receberá visita de chefes de estado importantes depois das próximas eleições democráticas. No momento o país está em pausa enquanto essa poeira não baixa.

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    1. Danielsan mostrando que no fundico , no fundico amava Dilma e PT.

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    2. Bem no fundico mesmo. Lááá em 2002 talvez. E parou aí. Hoje eu só voto pra presidente, então, não é uma fórmula fácil chegar ao meu candidato ideal.

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    3. É o Daniel do chato no ar :o
      volta a ter um blog, saudade do seu!!!

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    4. E ter essa horda de pseudo-leitores/comentaristas/trolls/thread-crappers/thread-hijackers? Outro dia mesmo alguém aqui comparou a decadência do nível dos comentários de 2010 pra cá. Ter blog e fingir que não quer ouvir feedback é mentira. Mas ter 10 amigos lendo e 200 trolls comentando, eu prefiro a minha vida mais anônima de hoje.
      Além do mais, meus amigos de blog ainda estão em contato comigo nas outras redes sociais.
      Eu até tenho planos de voltar com algum blog, mas seria alto radicalmente diferente. Seria temático e não necessariamente teria o meu nome. E enquanto perdurar esse monopólio do Facebook sobre a internet (parece que todo conteúdo tem que estar lá, senão ele não existe), não dá muito tesão manter um site no ar.

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    5. Danielsan, todo mundo um dia brinca de ser troll.
      Sim ou com certeza?

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    6. Atualizando meu comentário: Tinta Bruta repete vários elementos dos diretores gaúchos Marcio Deolon e Filipe Matzembacher de “Beira Mar”, personagem gay saindo da casca de introversão e se descobrindo. Também mais um filme que se passa no RS, mas dessa vez numa Porto Alegre feia que lembra a Buenos Aires de Medianeras. Mas o filme dura quase 2 horas pra contar uma história que poderia se passar em 1h. Difícil acreditar que este filme levou o Teddy de MELHOR filme. O brasiguaio Las Herederas que eu achava um azarão na competição principal e levou o urso de prata de melhor atriz, o que me pareceu merecidíssimo (apesar de eu não ter visto nenhum dos outros concorrentes) merecia mais COMO FILME dentro da competição dos Teddy, enquando Tinta Bruta parece um ensaio sobre um gay dentro do espectro da síndrome de down. Diálogos lentíssimos. História um tanto simplória que se arrasta por 2 horas. Alerta para os sensíveis pois tem cenas de sexo não-simulado.

      “Bixa Travesty”, por outro lado, ganhou o Teddy de melhor documentário merecidissimamente. Eu nunca tinha ouvido falar de Lynn da Quebrada e me vi dando várias risadas com ela, suas rimas, seu olhar sobre ser trans, ser “mulher cis” sem precisar de operação ou hormônios, sua relação com sua mãe, suas amigas, sua experiência com o câncer (testicular!), o “ser” uma bixa travesty funkeira do subúrbio de São Paulo. Não tem cenas de sexo, mas muitas necas aqui e ali.

      Mas “Las Herederas” não saiu de mãos abanando no Teddy e levou o prêmio do júri de leitores da Mannschaft. E o grego “Obscuro Barroco” ganhou o prêmio do júri dos Teddy também.

      Brasil que levou o prêmio principal em 1998 (Central do Brasil) e 2008 (Tropa de Elite), pode não ter levado o prêmio principal este ano, mas também não fez mal.

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  5. 07:57 O país que sempre esteve em "slow motion" agora está em "pause". O pior e pesar que tem gente querendo apertar o "rewind" disfarçando-o de "fast-foward".

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  6. Toni, como que você elogia dois filmes que nem viu? Não mate sua credibilidade.

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    1. Me mostra onde estão os elogios no texto? Estou é feliz pelo Brasil ter conquistado dois prêmios importantes. Sou desses.

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  7. Muito bom o q Daniel escreve. Mas , sobre a ex e seu doc. Q dia passa no Canal Animal Planet?

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  8. cinema-zoológico para a turma da marina lima ("só os coxinhazzz") aplaudir lacrimejando e depois jantar no le jazz.

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