domingo, 14 de janeiro de 2018

UM TÁXI PARA A REVOLUÇÃO


Nunca me lembro que a Coreia do Sul, talvez o país de desenvolvimento mais meteórico dos últimos 50 anos, era uma horrenda ditadura militar até 1980. Como suas similares na América Latina, a de lá também se dispunha a combater os comunistas - com a desculpa deles estarem bem perto, na Coreia do Norte, a pouco mais de 60 km de Seul. Mas a transição para a democracia de lá foi bem mais sangrenta do que por aqui, como se pode ver em "O Motorista de Táxi". O filme começa em tom de comédia, com um protagonista bonachão, na batalha do trânsito para sustentar a filha órfã de mãe. Mas o caldo logo engrossa quando ele rouba o trabalho de um colega para levar um jornalista alemão a uma cidade no sul do país, onde está acontecendo um levante estudantil. Totalmente despolitizado até então, o cara acaba aderindo ao movimento e descobrindo um heroísmo inédito dentro de si. "O Motorista de Táxi" foi a maior bilheteria do ano passado na Coreia e escolhido para representar o país no próximo Oscar (ficou de fora dos nove pré-classificados). Mas é longo demais e pouco didático, e duvido que faça sucesso por aqui. De qualquer forma, é sempre bom aprender mais sobre o outro lado do mundo. E ainda saí com vontade de provar kimchi.

7 comentários:

  1. “escolhido para representar o país no próximo Oscar (ficou de fora dos nove pré-classificados)“ tem sido meio recorrente por aqui.

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    1. Eu tento ver o máximo possível de filmes que concorrem ao Oscar de filme estrangeiro. Deste ano já vi 21 (só 4 dos que eu vi até agora foram pré-selecionados).

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  2. O kimchi me lembrou da Kim Chi, umas das queens mais talentosas que já passaram pelo RuPaul's Drag Race. Vale conferir o trabalho dela, Tony!

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  3. Querido, a Coreia do Sul e ocupada pelos EUA faça seu dever de casa. Eles são os donos do país.

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  4. O Mio Babbino Caro
    Old Boy não é aquele fimaço Sul Coreano, depois dele houve outros naquele nível?

    (I aí Tony, quando vou ver essa família lá nos ensaios da "Morada do Samba" nossa Mocidade Alegre)

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    1. Uai, houve "A Criada" em 2016, do mesmíssimo diretor de "Oldboy", Chan-wook Park.

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  5. Tive que trabalhar em Busan por duas semanas ano passado. Achei que ia chegar lá e encontrar um povo neurótico por causa da "guerra eminente". Chegando lá vi que ninguém dava bola para isso e que eles chamam favelas de "cultural village".

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