quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

PAQUERAR PODE

Catherine Deneuve está sendo aplaudida e execrada nas redes sociais, como se fosse a única responsável pelo manifesto divulgado ontem que vem causando celeuma no mundo inteiro. A atriz é apenas o nome mais conhecido fora da França entre a centena de signatárias da carta aberta publicada pelo jornal "Le Monde". O documento em si abre um debate pertinente, que pode ser saudável se todos os lados mantiverem a civilidade. Porque ele é um apelo à sanidade e um sinalizador das diferenças culturais entre a América caipira e a Europa sofisticada. Também contrasta a geração de Deneuve, que tanto lutou pela liberação sexual, com a das meninas de hoje em dia, que foi tratada a leite com pera e às vezes ignora tudo o que veio antes dela. 

Em linhas gerais, eu concordo com o texto. Paquera não é assédio, passar cantada não é crime e uma mulher adulta pode muito bem dar uma invertida sozinha nos chatos que a importunarem. Mas admito que há alguns trechos problemáticos: sugerir que "tocar num joelho, tentar roubar um beijo ou falar de coisas íntimas durante um jantar profissional" não têm nada de mais é forçar a barra. De qualquer forma, o feminismo radical nasceu nos Estados Unidos, e é impregnado pelo puritanismo atávico de lá. Dizer que qualquer relação heterossexual é um estupro é coisa de maluca mesmo, assim como achar que qualquer pornografia é uma violação à mulher - taí o pornô gay, que passa a léguas das xoxotas. Há um certo clima de caça às bruxas na onda de denúncias que vem grassando no showbiz americano, o que pode prejudicar uma causa que é para lá de justa. Mas a discussão é sempre bem-vinda. Discutamos, pois.

49 comentários:

  1. Ué, Tony, quando eu comentei sobre o evidente radicalismo feminista de matriz inegavelmente histérica, no post sobre o Globo de Ouro, vocé vetou. Precisou de uma invertida da 'Matriz Francesa' para você rever o seu posicionamento?

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    1. Não lembro do seu comentário e nem sei quem você é.

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    2. Como assim? Soy Anônimo, Tony! HAHAHA De mais a mais, o Le Monde lavou a minha alma.

      Nota: os comentários eram bem mais interessante antes do filtro, censura (ainda que "do bem") não combina contigo, mas você está certo: o espaço é só seu. Beijos e um ótimo dia.

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    3. Eu sempre fui tolerante à opinião alheia, mesmo quando não bate com a minha. Mas divulgar "fake news"? Tô fora.

      E sim, eu sou parcial, tenho uma agenda e vou fazer o possível para meus inimgos não chegarem ao poder. Vrá.

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    4. Todos poderíamos tirar proveito do debate entre ideias divergentes, vemos aqui a turma mais à direita sendo censurada mas a esquerda radical deita e rola inclusive ofendendo e soltando muitas fake frases, fake dados, motivados pelo amor ao barba ladrão e aos cargos comissionados.

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    5. Aplausos!!!!
      (É só uma questão de racionalidade)

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    6. 11:46 Esquerda Radical tem mais que fazer do que discutir vestido de Globo de Ouro menina. Preciso explicar tudo oh cansaço.

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    7. 17:22 Essa esquerda clássica, preocupada com questões estruturais, não consegue lotar meia dúzia de ônibus, migue!

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  2. No Brasil foi a Danuza Leão que criticou o tom de velório do GG. Lestes a coluna dela d’O Globo?

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    1. Tentei, mas esbarrei no paywall...

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    2. Opa, acabei de ler. Estão reproduzindo no Twitter.

      Pois é... Não concordo com a Danuza. Apoio totalmente o preto dos vestidos.

      Viu que as deputadas e senadoras democratas irão de preto ao discurso "State of the Union" que o Trump dará agora em janeiro?

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    3. Com ctz vão acabar os crimes por causa dos vestidos.

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    4. Danuza Leão...sou mais seu neto.

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    5. Melhor é o bisneto da Danuza. Talvez o trineto já esteja no ponto.

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  3. As atrizes americanas são umas hipócritas, umas chatas, que mudam de opinião de acordo com a maré. Uma das mais ridículas do momento é a militante de twitter Jessica Chastain. Adorei quando ela foi massacrada pela militância ao posar para uma capa cheia de atrizes brancas. Esse povo cai em contradição o tempo todo.

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  4. Ótimo debate mesmo Tony.
    Nas escolas dos EUA, crianças de 5 anos, ainda totalmente impulsivas e espontâneas, já são ensinadas que não devem sequer tocar nos coleguinhas! A educação lá é realmente bastante repressiva e altamente litigiosa do ponto de vista sexual(sentido amplo).
    é algo chocante pra quem vem da cultura latina, como nós.
    Aqui a gente vive o extremo oposto: mulheres e viados podem ser mortos( e são todos os dias), porque a cultura dominante ainda os vê como inferiores aos machos-héteros.
    O que é melhor? se o meio termo não for possível, prefiro a tolerância zero dos americanos, que também pode ser vista como política de respeito máximo ao outro, coisa que falta no Brasil, em geral.
    Mas concordo: paquera não é crime, é uma das coisas que dão cor à vida.
    Mas o SIM da outra parte precisa ser conquistado e não extorquido em troca de favores profissionais. E o NÃO de alguém precisa ser respeitado sempre. Se não for, aí sim é crime.
    Represálias profissionais também são crime.
    E as vítimas continuam vítimas, e precisam ser protegidas, mesmo quando fazem protestos chatíssimos como na noite dos Golden Globes.
    Respeitar o outro é básico, mas ainda não chegamos lá. Estamos bem longe...

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    1. Gato, sua ilusão de tolerância zero nos EUA tomba quando a realidade mostra a quantidade e a normalidade dos estupros nas universidades americanas.
      Enquanto essas atrizes, todas riquissimas e chiquérrimas, ficam chocadinhas com produtor cafajeste assediador, as mulheres da vida real estão sendo destruídas, e não vai ter pretinho básico nem fotinho linda que vá mudar isso.
      Elas estão fazendo por elas mesmas.

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    2. 13:21 Se as atrizes não estivessem aí vestidas de preto vc nem nós estaríamos aqui discutindo esse assunto. É isso quebeles estão fazendo: colocando o assunto em evidência. Todo problema ou descriminação só se resolve quando se torna evidente.

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    3. 23:06 Não, elas só estão envergonhado o Ocidente com radicalismo histérico e estéril.

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  5. Como diria Frank Underwood tudo tem a ver com sexo ,exceto sexo que tem a ver com poder.

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    1. 14:23 A histeria já matou até Frank Underwood, veja só!

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  6. E o que você sugere para acabar com os estupros nas universidades? Ser mais tolerante e condescendente com as investidas?

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    1. 15:13 Sugiro que os coletivos feministas das universidades acabem com as falsas acusações de estupro. Já virou uma epidemia. Beber como se não houvesse amanhã, dar como uma louca, se arrepender no dia seguinte e fazer a "denúncia" numa "roda de desabafo" não passa de armação barata.

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  7. Enquanto isso, Gwyneth Paltrow é criticada por promover os benefícios da chuca de café: https://www.theguardian.com/commentisfree/2018/jan/09/gwyneth-paltrow-goop-coffee-enema-colonic-irrigation

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  8. Deve existir, mas nunca conheci uma gay que se queixasse de "estupro". Quem lembra dessa trava famosa nas internet:

    repórter: Usaram e abusaram de você e te deixaram na mão.

    Déborah: É, me estruparu, tive que fazê di tudo e agora tô aqui.

    repórter: Foi ruim?

    Déborah: FOI ÓTIMO!

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  9. Sacou bichas cafonas e machistas ?10 de janeiro de 2018 às 17:31

    Estamos na década em que os papéis são invertidos. Os homens não devem mais tomar a iniciativa para seduzir as mulheres . Os homens devem esperar que as mulheres tomem a iniciativa .

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    1. O prefeito de New York Bill de Blasio da esquerda democrata hoje deu um passo para igualdade de gênero ao assinar nova lei que obriga aos banheiros públicos masculinos a ter fraldario "Este é o século XXI e os homens também trocam as fraldas" "agora eles também terão um lugar adequado para fazê-lo.

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    2. 18:56 enquanto isso os republicanos e o presidente laranja que disse que agarra as mulheres pela buceta e que teve o voto dos evangelicos puritanos, aplaudem o discurso da Deneuve

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    3. Espero que Meghan Markle, como feminista ferrenha que se diz ser , quando entre Kensington Palace derrube a monarquia e faça a alegria dos ingleses como eu que quer livrar o país dessa monstruosa instituição com cheiro de naftalina

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    4. Ingleses como eu
      HAHAHAHAHAHAHA
      Dessa tive que rir.

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    5. 8:22 Elas vivem em delírio. Acham que se tornam inglesas depois de um certo número de serviços degradantes prestados na terra da rainha. Anyway, em qualquer lugar decente, o fraldário já é separado, tanto do banheiro feminino quanto do masculino. Lutar contra moinhos de vento é o esporte preferido dessa escória.

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  10. Super comum se ouvir em universidades professoras, alunas, militantes feministas dizerem que relação entre homem e mulher configura estupro. Teve uma professora que na minha universidade falou isso numa certa aula. Disse para uma moça, num dado momento da discussão, que o pai da moça estuprava a mãe dela ao transar. E para elas é estupro sendo uma relação hétero consensual, ou uma que de fato configure estupro.

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    1. Quando um dos cônjuges dá um jeito de fazer sexo com o outro mesmo quando esse não quer, é meio que um estupro sim.

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    2. Nossa anônimo. Não me diga. A professora não pontuou situações. Disse que toda relação heterossexual envolvia estupro. E falou pra aluna que portanto o pai estuprava a mãe dela.

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    3. 23:54 Sim, o ativismo feminista-lésbico-misâdrico flerta com essa tese do 18:02. Já vi isso na USP! Uma louca afirmando que o "patriarcado" transformava toda a relação homem/mulher em estupro. Não houve nenhuma "pontuação", nem da oradora, nem da plateia.

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    4. Adoro quando o meu boy dá um jeito de fazer sexo comigo, mesmo quando eu não quero.

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    5. 14:05 Se você gosta, no fundo você quer. Só está fazendo "cú doce" mesmo.

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    6. 13:04 As pessoas costumam ignorar os que os loucos falam... Só quem discute com louco é outro louco.

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  11. Não me incomodo com esses fricotes feministas. Conheço um garoto hétero (não mais, né?), que ADORA b***tá, mas resolveu comer viado. A oferta é gigante, a frescura é zero, e ele é idolatrado e mimado pelas gays. Saí com ele algumas vezes, o problema é que basta uma lambisgoia abanar a asa, e ele vai correndo. Felizmente as molieres empoleiradas estão cada vez mais inalcançáveis, do alto de seus cabelos coloridos e sovacos peludos.

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    1. 13:40 Ele não é, e nunca foi, hétero. É bi com maior preferência pelo gênero feminino. Somente alucinados acham que uma pessoa vira gay, hétero ou qualquer outra coisa quando quer.

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    2. 20:06 Sobra teoria e falta muita, muita, muita vivência nesse seu comentário.

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    3. 02:19 A pessoa pode dizer o que quiser para enganar a si mesma ou aos outros. E por isso há no mundo muita gente mal resolvida que se incomoda com aqueles que já se resolveram. Mas, é assim mesmo.

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    4. 10:33 Ninguém se incomoda com quem se resolveu, o problema é quando os resolvidos querem impor suas visões de mundo, de certo e errado, a todos os demais.

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  12. CHEGA DE SAUDOSISMO DOS "BONS TEMPOS" EM QUE HOMENS PODIAM ASSEDIAR MULHERES EM PAZ

    http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2018/01/chega-de-saudosismo-dos-bons-tempos-em.html

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    1. Lola, feminista sem filhos, casada com um "enxadrista" desempregado. O casal mora na casa da mãe dela. Clássico.

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    2. Prova do que você escreveu, Anônimo das 11:18?

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  13. Meus parabéns às feministas e a todos os envolvidos no maior movimento de repressão sexual que já se viu na história do mundo. Haja burrice para, em nome da liberdade sexual, gerar o seu oposto.

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  14. Hollywood é hipócrita. A carta aberta é uma resposta saudável a essa loucura de denúncias.

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