domingo, 31 de dezembro de 2017

ROMA NUDA E CRUDA


Deixei para ver "Suburra" só na última semana do ano. Resultado: tive que abrir espaço na minha lista de melhores para esta série, a primeira produzida pela Netflix na Itália. É quase que um "Game of Thrones" mafioso, com clãs poderosos e cavaleiros solitários disputando um mesmo prêmio - no caso, terras no litoral de Ostia, o porto de Roma, onde seria construído um cassino. Os personagens são todos bem construídos e nenhum deles presta. Até quem parecia bonzinho logo se revela, e as mortes também não demoram a começar. O grupo mais interessante é o os gângsteres ciganos, que moram todos juntos, com suas famílias barulhentas, numa espécie de condomínio decorado por Versace bêbado, onde parece ser Natal o ano inteiro. É de lá que vem Spadino, o moleque que precisa esconder sua viadagem para sobreviver, e um dos três jovens em que o seriado se apoia. Os outros são Lele, filho de policial, que vende bala na balada e se complica com os donos do pedaço, e Aureliano, o galã herdeiro de um pequeno império criminoso. Claro que por se passar em Roma também tem muita gente do Vaticano envolvida no imbroglio, sem falar nos políticos que frequentam o Quirinale. Devorei a primeira temporada em três dias, maratona facilitada pelas magníficas paisagens romanas que adornam os episódios. Em seguida, precisei ver o filme, também na Netflix.


O longa de 2015 é adapatdo do livro do mesmo nome, e a série na verdade é um prequel a ele. Foi interessante ver como os roteiristas pegaram personagens secundários que já existiam no filme e os transformaram nos protagonistas do programa, deixando-os mais complexos e interessantes. O pano de fundo continua o mesmo: a disputa por terras em Ostia, com tiroteio por todo lado. Só que morre muita gente: como os produtores vão fazer com a segunda temporada? Ela também se passa antes do filme, ou vão ignorá-lo solenemente? Enquanto a dúvida persiste, continuo ouvindo "7 Vizi Capitali", da banda Piotta, o tema dos créditos iniciais, de cujo refrão tirei o título desse post. Ah, sim, mais uma pergunta: rap italiano, sì oppure no?

7 comentários:

  1. Só eu li "suruba" ao invés de "suburra"?

    ResponderExcluir
  2. Meu tive uma ideia de série nesse estilo!!! Com as famílias Marinho, setubal (21 bilhões de isenção fiscal), Exxon Shell disputando a partilha do golpe da Dilma. Com ctz muito mais decadente que essa série aí

    ResponderExcluir
  3. O texto em um momento fala do filme e que morrem muitos personagens e questiona como se fará uma segunda temporada.Nao entendi?

    ResponderExcluir
  4. Adorei Suburra, vi primeiro o filme e acho que a série só engrandeceu mais a história. A parte dos "zíngaros" foi ótima, o cigano procurando um michê que parecesse com o crush dele.
    As imagens de Roma são maravilhosas.
    Fora a trilha sonora, tive que usar muito o Shazam para descobrir "Pop Porno", "Acida", etc.

    ResponderExcluir
  5. Tony, o nome do loirinho é Aureliano, não Alessandro

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado, já corrigi. Eu confundi o nome do personagem com o do ator Alessandro Borghi.

      Excluir