quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

AS PESSOAS DE 2017

A polarização se acentuou tanto ao longo deste ano que, nas redes sociais, bastava dizer que alguma coisa era legal para se levar porrada de todos os lados. Como eu gosto de apanhar, dividi as figuras que marcaram o noticiário em dois grandes grupos, o do Bem e o do Mal. Afie seu canivete, porque a minha casca é grossa.

O abre-alas do grupo do Bem são as duas artistas brasileiras que estavam em qualquer lugar para onde se olhava. A veterana Anitta deslanchou sua carreira internacional e pareceu lançar uma música  por semana, sempre num ritmo diferente e com um novo convidado especial. Um deles foi Pabllo Vittar, desconhecida em janeiro e agora tão famosa que já tem até seu "backlash".
A lista do Bem inclui duas teteias: o português Salvador Sobral, que venceu o Eurovision em abril e agora convalesce de um transplante do coração num hospital em Lisboa, e o franco-americano Timothée Chalamet, futuro indicado ao Oscar de melhor ator por "Me Chame pelo Seu Nome" e meu protegé secreto. Sem falar na igualmente fofa Carol Duarte, que encarnou a trans Ivana/Ivan em "A Força do Querer" e ainda ganhou pontos-bônus por não ter pudor de exibir sua namorada no Instagram. Ah, e como esquecer da Gretchen, agora que ela é reconhecida internacionalmente como a Rainha da Internet e da Porra Toda?
Por incrível que pareça, também tem políticos na turma do Bem. Como a ex-procuradora-geral da Venezuela Luísa Ortega Díaz, uma chavista que virou casaca, denunciou o regime e agora vive no exílio. Ou Sadiq Khan, o primeiro prefeito muçulmano de uma grande capital do Ocidente (Londres). Emmanuel Macron, meu favorito da atualidade, também foi incluído, depois de sovar a neofascista Marine Le Pen nas urnas. O novo presidente francês também leva pontos-bônus por causa de Brigitte, sua mulher, muito mais velha do que ele. Aqui no Brasil, ninguém esbanjou mais integridade que o ministro do TSE Herman Benjamin, tanto ao não esconder de ninguém que é gay como ao pedir a cassação da chapa Dilma-Temer. Só que aí ele esbarrou em...

...Gilmar Mendes, o libertador-geral da república, que está sofrendo por não poder fazer nada para soltar José Maria Marin, preso nos EUA. O juiz-laxante é o vilão número um da turma do Mal, que este ano não inclui as obviedades Donald Trump e Michel Temer - esses dois já são hors-concours.


O resto dos malvados não vai ganhar fotinha, só menção. Tem Carles Puigdemont, o premiê catalão que lançou sua terra numa crise inútil ao insistir na independência; Joesley Batista, o delator que delatou a si mesmo; os assediadores Harvey Weinstein, Kevin Spacey e José Mayer, caídos em merecida desgraça; todo o MDB, sem exceção (o partido se livrou do P, como se fosse este seu grande problema); e, last but not least, Xi Jinping, a figura de proa da ditadura chinesa e, pelo que parece,  o homem mais poderoso do mundo.

Epa, sobrou alguém. Sempre achei que ela tinha os dois pés plantados na turma do Bem, mas este ano ela derrapou. Teve a oportunidade de mudar o curso da história do Brasil com apenas um voto, e medrou. Sim, ela mesma, galera...

...entalada na coluna do meio, Covárden Lúcia!

28 comentários:

  1. Quero agradecer pelo post falando sobre a série Merlí.É viciante.Porém é notório que nessa série, o catalão é bem diferente do espanhol,assim como a forma cultural.Então é legítimo que Cataluña seja um país.

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    1. Beee, esse papo de estado-nacional é muito século 19. A onda agora são os impérios transnacionais, pontuados por cidades-estados.

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    2. Oi tony, estou procurando vários coisas sobre cidades estados e os impérios transnacionais para ler e entender mais. Coincidência falar disso em um comentário. Tem indicações de onde posso achar mais informações.

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    3. Se formos seguir esse raciocínio revisionista, vamos dividir o mundo inteiro em micro países. Ninguém ganha com isso. Como o Tony disse, integração e cooperação, please.

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  2. Escolhas irrepreensíveis. Arrasando,Bi!

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  3. Assisti 'Call me by your name', e que filme. Maravilhoso, filmão, daqueles que você assiste e fica com ele na cabeça de modo efervescente por meses. O final era o que esperava, porque basta ler o roteiro do filme para imaginar como será. Mas e daí que o final foi do jeito que imaginava, porque isso não torna o filme nada óbvio. Muito pelo contrário. A figura alta exalando charme do Armie contrasta bem com a do magrinho e doce do Timotheé, os dois são uma explosão magnetizante em tela. Mas o destaque do filme é o Timotheé, o menino é talentoso e tem uma auspiciosa carreira pela frente.

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    1. Concordo
      Sei q vai ser um dos filmes do Tony desse ano e muito do hype, pra mim, veio daqui do blog, + até do q da imprensa gringa
      E olha, não me decepcionei
      Tbm fiquei com o filme dias na cabeça. A cena final com o pai é incrível, como bem disse Frank Ocean, “se todos os pais fossem assim”
      E tanto Timothée qto Armie são mto crush
      De dedos cruzados pro Oscar
      Agora quero ver Lady Bird

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    2. O filme é realmente muito bom, só não é melhor pq o Armie é limitadíssimo como ator.

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  4. O Mio Babbino Caro
    Senti falta do Waack e Bolsonaro.
    Será mesmo que a Catalunha com toda aquela especificidade...
    Eu estava naquela sessão concorrida no cine SESC e Me chame pelo seu nome, não sei não, vamos ver, mas não estou botando muita fé.
    Tá legal a retrospectiva.
    Tá legal!

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  5. Ver Macaron como do bem e Puidgemont como do mal... ai tristeza. Acabar com as leis trabalhistas de um país então agora é bom (exceto quando é no Brasil é claro) e buscar a independência de um povo historicamente diferente do resto da Espanha é ruim? Vai dizer que o Rajoy devia estar no canto dos bons por ter mandado a polícia federal espanhola espancar 800 catalães também?

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    1. Ah, sim, catalães e espanhóis são suuuuper diferentes. Estão no mesmo país há apenas 600 anos, ainda não deu tempo de se assimilarem, néam? Bee, a independência da Catalunha é uma causa falsa. Ninguém vai sair ganhando com ela, só os políticos hipócritas tipo o Puigdemont. O tempo é de união, não de secessão.

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    2. Turcos e curdos estão no mesmo país há muito tempo também. Isso justifica a opressão que os curdos sofrem? Quer dizer que só basta ver quanto tempo um povo está sob um estado nacional que o reprime para dizer que assim está bom?

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    3. Hahaha, eu sou a favor da independência do Curdistão. Mesmo assim seria complicado, porque os territórios que eles ocupam não são contíguos. Ia dar merda de qualquer jeito.

      Repetindo: esse papo de "um povo, uma nação, um país" é romantismo do século 19. Não faz sentido no mundo cada vez mais misturado em que vivemos.

      Israel, por exemplo, tem que ser um país só, onde covivam judeus, palestinos, drusos, armênios e outras minorias. Todos com os mesmos direitos e deveres, sem essa de um par cada lado cuidando de seu micro-paiseco.

      Espanhóis e catalães sempre viveram juntos. Nunca houve uma Catalunha independente, só na Idade Média quando a Europa toda era retahada por feudos. O separatismo catalão é muito por causa da ditadura franquista, que reprimiu a língua da região. Mas a cultura catalã é parecidíssima com a do resto do país, a língua é parecida, a religião é a mesma... Fora que praticamente metade dos catalães prefere ficar na Espanha, pois sabem que ficam mais fortes desse jeito.

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    4. ...Vamos resolver isso agora. Chama o John Lennon!

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  6. Nem uma palavra sobre o tuíte gordofóbico de Pabllo Vittar em 2013? A imprensa lacradora não irá entrar em comoção? Ah, esse tipo de revolta é sempre seletiva, néam? Se fosse o William Waak falando do Cleiton...

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    1. Gato vc acha MESMO que Tonya vai falar mal da drag? Ela está perdoada de qualquer coisa, o perdão é seletivo sim pra turma progressista psolista.

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    2. Primeira vez que me chamam de psolista! Ahazei.

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  7. Falando em Timothée Chalamet, o torrent de "Call me by your name" já está entre nós.

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  8. Achei a história do ze mayer mal contada, a mulher tb tinha culpa no cartório.

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  9. O Sadiq Khan é do bem só por ser muçulmano? Que critério é esse?

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    1. Esse não é o critério, bee.

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    2. Admito que no texto pareceu que Daiq Khan é do bem só por ser muçulmano, mas a folha corrida dele é de impressionar. O cara se destacou bem cedo no partido Trabalhista britânico, foi ministro e tem uma plataforma que prega a inclusão. Além de tudo, peitou o vilão-mor Donald Trump. Do bem pacaraille.

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  10. Ai como faltou trash na lista do mal... mas nem é bom lembrar...
    Agora cadê eu encabecando a lista do bem por ter eliminado a defu deste lugar?????

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    1. Sim, claro, vou por "Anônimo" na lista do Bem. Tá boua.

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    2. Quem falou que vc eliminou defu desse lugar?
      Que moral ele teria para aparecer aqui, defendendo tudo que defendeu.

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    3. 10:08 Defu fez escola, seus seguidores estão em quase todos os posts.

      5:47 Defu estará para sempre em sua mente, amoire, era isso que ela queria.

      Defu vive!

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