segunda-feira, 23 de outubro de 2017

GAME, SET, MATCH


Antes de mais nada, vou esclarecer uma coisa: o filme americano "Battle of the Sexes" deveria ter tido seu título traduzido ao pé da letra no Brasil, e não alterado para "Guerra dos Sexos" - que, como todo mundo sabe, é o nome de uma novela de Sílvio de Abreu que já teve duas versões. Por isto, aqui no blog vou usar mesmo "Batalha dos Sexos", que inclusive foi o nome que a mídia americana deu ao jogo de tênis entre Billie Jean King e Bobby Riggs, em 1973. Ela tinha 29 anos naquela época e estava no auge do vigor físico; ele, 55, e seus dias de glória já haviam passado. Mesmo assim, Riggs achou que o quarto de século de diferença entre ambos não pesaria na quadra. A partida ocupa apenas o final do longa: antes vem toda a contextualização do período, em que as feministas ainda tinham a fama de queimar sutiãs e seus detratores eram chamados de "porcos chauvinistas". Emma Stone está sutil como King, que então se descobria homossexual. Já Steve Carrell não economiza caretas, e só não pode ser acusado de overacting porque o verdadeiro Bobby Riggs era ainda mais canastrão. Cheio de calças boca-de-sino e gente que fuma em quartos de hotel, "Batalha dos Sexos" se passa há mais de 40 anos, mas chega em boa hora. Igualdade, respeito e autoaceitação são temas mais necessários do que nunca, e ficam mais palatáveis vestidos de comédia ligeira.

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