...filhas dumas putas, e queremos dar, lálálálálálá. Perdão se você se ofendeu com essas palavras, que fazem parte da letra alternativa do "Galope Infernal" da ópera "Orfeu nos Infernos" de Offenbach - mais conhecida como a música que embala as dançarinas de can-can desde a Belle Époque. Foi esta trilha sonora que tocou sem parar na minha cabeça enquanto visitei a exposição "Tolouse-Lautrec em Vermelho", em cartaz no MASP até amanhã. A mostra é formidável: uma reunião nunca vista de trabalhos do artista, incluindo - é claro - seus muitos retratos de prostitutas, bailarinas e atrizes (na época era quase que tudo a mesma coisa). Toulouse-Lautrec frequentava tanto as "maisons closes" (bordéis) que criou intimidade com as moças a ponto de registrar momentos super íntimos. Tipo elas jantando, ou se despindo, ou mesmo fazendo sexo oral uma na outra, como na tela acima. Muito me espantam os asnos ainda não terem urrado "pedofilia", "estupro" ou "isto não é arte!". Mas quem disse que eles costumam frequentar museus? Depois ficam todos magoadinhos quando eu digo que são asnos.
A retrospectiva de Tolouse-Lautrec dialoga diretamente com outra exposição em cartaz no MASP: as fotos de prostitutas baianas de Miguel Rio Branco, instaladas numa sala com aviso na porta quanto ao teor das imagens (mulheres nuas...). Também há uma coleção de cartazes das ativistas do grupo Guerrilla Girls, denunciando a ausência de artistas mulheres em museus e galerias onde abundam os nus femininos (inclusive o próprio MASP, numa tela criada especialmente para esta ocasião). É uma discussão importante, mas foi um pouco cansativo ver tanta agitação política junta. Finalmente, tudo isso conversa com a mostra do pintor Pedro Correia de Araújo, chamada - ta-dá! - "Erótica". A maioria das obras expostas são telas que lembram as mulatas de Di Cavalcanti. Mas há toda uma ala de aquarelas cobertas por capas de veludo negro, que o visitante precisa levantar para ver. Também há o aviso sobre o teor das imagens, este novo componente do mundo moderno. De fato, alguns desenhos são mesmo explícitos, com mão naquilo, aquilo na boca e aquilo naquilo. Não sei de nenhuma reclamação até agora, ufa. Amigos ligados ao museu me juram que as capas não têm nada a ver com censura: são apenas para proteger as frágeis aquarelas da luz do sol. Acredito - mas que ficou com cara de arte com burca, ah, ficou.
E ATENÇÃO: Este post se encheu de comentários sobre o post abaixo, onde eles já não são mais permitidos. Só vou dizer uma coisa: fico PASMO com a quantidade de pessoas, em pleno século 21, que ainda acham que nudez e erotismo são a mesmíssima coisa. Isto é mentalidade do século 19, pré-guerras mundiais, pré-contracultura, pré-feminismo, pré-movimento LGBT, quase pré-histórica. Pela última vez: a menina tocou os pés e as mãos do artista, não o pinto (mole) dele. Isto NÃO é pedofilia, nem violência, nem incitação a nada. Só na cabeça doente de quem acha que é. Honni soit qui mal y pense. Enfim, não vou fechar este post para comentários - mas só aceitarei os que forem especificamente sobre as exposições do MASP, pró ou contra. Beijos de luz.
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