Uns seis meses depois de todo mundo, finalmente estou terminando “Rita Lee - Uma Autobiografia”. Confesso que penei um pouco para atravessar as primeiras 50 páginas. Miss Jones conta um pouco de detalhes demais de sua infância, alguns divertidos, muitos banais. Foi a essa altura que me deu cinco minutos e pulei cem páginas adiante, para a época em que ela foi presa. Daí para a frente o livro correu célere: foi uma delícia espiar os bastidores de uma carreira que eu acompanho de perto desde 1974, quando “Atrás do Porto tem uma Cidade” foi o primeiro LP nacional que comprei na vida. Mesmo sabendo de sua fama de mau, fiquei espantado com o número de internações por que Rita passou, devido ao que ela chama de “tomações” - basicamente tudo, do álcool ao xarope alucinógeno, com exceção da cocaína. Mesmo no auge do sucesso e com três filhos para criar, Rita sucumbia à tentação e perdia o rumo. O mais maravilhoso é que sempre o reencontrou, e agora está limpa desde que nasceu sua neta, 12 anos atrás. As memórias de Rita Lee me fizeram revisitar sua discografia, e me dei conta de que sua fase áurea - do disco que tinha “Mania de Você”, de 1979, ao que trazia “Vírus do Amor”, de 1985 - coincide exatamente com o governo do general Figueiredo. Foi um período até divertido para o Brasil: apesar da inflação e da censura, a ditadura militar agonizava, e nos esbaldávamos nos ventos da abertura. Rita Lee, amparada e comida por Roberto de Carvalho, foi nossa primeira mulher a cantar o prazer do sexo em primeira pessoa, e seus álbuns alegres e recheados de hits eram a trilha sonora de todas as festas de então. Ela ainda fez muita coisa boa depois e tenho certeza de que ainda fará, embora já tenha se aposentado dos palcos. Mas fica a dica para os historiadores do futuro: a Rita Lee da virada dos 70 para os 80 é muito mais importante e influente do que a que tocava com os Mutantes, que eu acho um pouco supervalorizados.
ela é foda. aguardo a bio dela desde a divina comédia dos mutantes, que li qdo era moleque. estou atrasado p ler tbm ;)
ResponderExcluirMas era também uma artista chapa-branca, né? As musiquinhas dela figuravam em todas as aberturas de novela da Globo do período que você cita. Uma rebeldia certinha e alinhada com as forças vigentes.
ResponderExcluirTarra demorando pra vir alguma ativista do protesto alheio vir patrulhar alguém e uma época que se bobear nem era gente ainda, mas se acha no dever de botar os pingos nos is. É tão ridículo que me faz rir, obrigado de nada
ExcluirPula fora daqui. Que comentário mais tosco. E enquanto a esquerda prega democracia (falsamente) aqui no Brasil, apoia o governo nazista de Cuba, que já fez campo de concentraçao pra gay e tudo. Aproveia e lembra isso ao Jean Wyllys, pois ele sempre se finge de desentendido sobre isso.
ExcluirLinda, fofa, talentosa, adorei a biografia! Um soco na caretice brasileira atual.
ResponderExcluirRealmente uma sorte termos tido a Rita Lee para dar um pouco de alegria e leveza à sisuda MPB. Acho que só quando ela morrer vamos nos dar conta de como as músicas dela foram e são tão bacanas.
Espero que enquanto ela estiver viva e cheia de graça ainda possa fazer um monte de gente feliz!
Chapa branca 18:18? Esquerda é lasca, né? Odeia quem faz sucesso. Queriam o mito lulista de pobrezinho lascado q o sistema n reconhece, n gosta nem deixa fz sucesso. Já deu isso, gente. Melhorem
ResponderExcluirhahaha a gente faz um comentário qualquer e já vem uma iluminada feat. clarividente (21:43) dizendo que eu odeio isso, que eu queria aquilo.... toda uma história super elaborada me explicando.... do nada. Mãe Dinah, é você?
ExcluirCara, tbm fiquei chocado como alguém perde a chance de admirar Rita Lee em troca de fazer um ativismo político infantil, medíocre, sem contexto, sem conhecimento e, mais que tudo, magoado.
ExcluirNessas horas, teria pena desse pessoal, não fossem perigosos e sanguessugas, logo piso mesmo se passar na minha frente.
22:39 e 23:50 Respeitar a opinião dos outros é questão de maturidade; O que não significa que você nega seus princípios ou não defende seu ponto de vista sobre determinado assunto.
Excluir23:50 Segundo Stuart Mill, se toda a humanidade menos um fosse da mesma opinião, e apenas um indivíduo fosse de opinião contrária, a humanidade não teria maior direito de silenciar essa pessoa do que esta o teria, se pudesse, de silenciar a humanidade.
ExcluirDancei muito as músicas dela no início dos anos 80 e beijei muito nos bailes quando tocava Rita Lee, foi uma época divertidíssima, rica em novidades e alegria, éramos adolescentes felizes e não tinha mais sombra nenhuma daqueles tempos de ditadura pesada que pessoalmente não vivi pois muito criança. Rita me lembra só felicidade.
ResponderExcluirNão sei o que é pior, a esquerda lasca ou a direita obcecada por Lula pt.
ResponderExcluirO mio babbino caro
ResponderExcluirLembro das patrulhas ideológica em cima de quem não seguia a canção rs
Teve um periodozinho que ela ficou bem perdida, entre a discoteche o Cazuza o Kiss e o Doobie Brothers me, entende.
Querida das 21h43, lamento desafiar a sua visão simplista do mundo, mas eu não gosto nem da Rita Lee, e nem da esquerda que você cita. Sei que você vai viver confusa com isso para o resto da vida mas, sinceramente, problema seu. Beijos e melhore.
ResponderExcluirok. ilustre.. quem?
ExcluirSempre achei roberto de carvalho delicia...ate hoje é!
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