terça-feira, 23 de maio de 2017

50 TONS DE PRETO E BRANCO

Finalmente assisti à toda a primeira temporada de "Dear White People", a série da Netflix que se insere com garbo na onda "black is the new black"moue é o tema da minha coluna de hoje no F5. Baseado num filme do mesmo nome que não chegou a ser exibido por aqui, o programa encara de frente o racismo travestido da era pós-Obama, mas sem ignorar as contradições - ou o que seus personagens acham que é contraditório Como o fato da protagonista Sam White (a ironia já começa pelo sobrenome) ser uma mulata de olhos claros, e ainda por cima namorar um branco. Também tem a Coco, que faz a linha patricinha e usa uma peruca lisa, mas como escudo: ela vem de um bairro barra-pesada de Chicago, e não quer ser morta pela polícia como muitos parentes seus. Sem falar no Lionel, o favorito das beees, porque sua homossexualidade reprimida o incomoda mais do que a cor de sua pele. Com episódios curtos e algumas ótimas piadas (como "Difamation", a sátira de "Scandal"). "Dear White People" também fala sério e emociona. Mesmo que você seja branco e não se ache racista, vale a pena ver.

16 comentários:

  1. Um aluno negro da universidade de Harvard, nos Estados Unidos, acabou a licenciatura após ter entregado um álbum de rap como tese final de curso. Obasi Shaw recebeu a distinção summa cum laude minus, que quer dizer com os mais altos louvores, e teve A-, uma nota que equivale a um 10

    O jovem de 20 anos fez algo inédito na história da universidade, que se localiza em Cambridge no estado norte-americano de Massachusetts.

    Shaw sempre escreveu músicas de rap e atuou no campus da universidade, segundo o Independent, então decidiu juntar e apresentar os seus poemas em vez de entregar uma dissertação escrita para o curso de Língua e Literatura Inglesa. Shaw entregou um álbum de hip-hop de 36 minutos com 10 faixas intitulado Liminal Minds.

    No Instagram da universidade, a instituição afirmou que o projeto de Shaw combina "elementos da poesia inglesa com questões de identidade racial na América". Natural de um subúrbio de Atlanta, Shaw confessou que "nunca pensou em ser aceito em Harvard".

    "Os afro-americanos são livres mas os efeitos da escravatura ainda existem", disse Shaw, segundo a publicação de Harvard. "Cada canção é uma análise desse estado entre a escravatura e a liberdade".

    "A ideia é que os negros na América ainda são apanhados entre a liberdade e a escravatura", explicou “Apesar de já não sermos escravizados, os efeitos da escravatura ainda nos perseguem na sociedade e nas nossas mentes". Shaw inspirou-se na obra Os Contos de Cantuária de Geoffrey Chaucer e demorou um ano a fazer o projeto.

    "Não tinha ideia de como [o projeto] seria recebido", confessou o jovem. O álbum Liminal Minds está disponível online.

    Após a graduação, Shaw vai fazer um estágio de um ano numa empresa de engenharia de software.

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    1. Tenho uma certa incomodacao com esse termo "afro-americano".
      Se ele nasceu nos EUA ele é americano e pronto!

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    2. É que nos Estados Unidos sempre se chamaram as comunidades descendentes de imigrantes de italian-american, irish-american... Até que um dia os negros se cansaram de serem chamados por um nome de cor e adotaram o african (não afro)-american.

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  2. #Lacrou Havard

    Na USP seria...

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  3. Ainda não vi a série, mas o lance é que nos EUA "mulato" não existe. Por conta da "one drop rule", uma tradição colonial que, mesmo pós-independência virou regra (daí a regra do caso Loving, que virou filme também). Essa regra considerava negro quem tivesse uma mínima ascendência negra.

    O problema é que o movimento negro brasileiro, inspirado no estadunidense, resolveu dizer que negro significa preto ou pardo. O que é falso. Raça não é apenas autoidentificação; é isso somado a como você é visto pelos outros. A sociedade brasileira não considera pardo equivalente a preto; tanto é assim que os pardos têm mais presença no mercado de trabalho, em relações inter-raciais, na televisão, etc. É o preto que sofre mais. Situação totalmente diferente, já que nos EUA um pouco moreno já é negro e já sofre todo o preconceito dirigido ao negro.

    Assim como LGBT não significa que L, G, B e T sejam iguais, o movimento negro deveria entender que preto não é pardo. Podem lutar juntamente, mas há diferenças gritantes entre ambos.

    Acrescentaria, ainda, que o pardo também tem influência indígena. Como sempre, população indígena sendo ofuscada pelo próprio movimento negro...

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    1. Aí João, você estava indo tão bem. Tinha que postar esse montão de bobagem sobre o que você não tem o menor embasamento.

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    2. Lá, Mariah é preta, aqui Neymar e Ronalducho são brancos e só namoram brancas.

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    3. 13:31 e qual o problema de preto namorar branco e branco namorar preto , e amarelo namorar vermelho e vice-versa?

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    4. Neymar e Ronaldo são pardos, claramente. Assim como a Mariah.

      Lá ela é negra; aqui ela não é. Simples assim.

      É uma atitude colonial colocar no Brasil um sistema racial que não pertence a ele. Ponto.

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    5. Amor, Neymar e Ronaldo se autodeclaram brancos. Ninguém está colocando nada no Brasil, mas sendo objetivos quanto a como os não-brancos daqui se enxergam.

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    6. Amor, raça não é só autodeclaração; é como você é visto pelos seus pares. Eles podem se achar brancos, mas não são. Beijos, tá?!

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  4. Mulata não. Mulata é pejorativo. E pardo é cor de papel.

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    1. O censo usa o termo "pardo". É o único termo.

      Preto ou pardo = negro. É assim no censo. Discordo, mas é assim.

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  5. Assisti o primeiro episodio na esteira da academia e nao curti muito. Nao me cativou apesar da tematica interessantissima, achei q ia amar mas nao... "Girl Boss" tambem tentei mas parei no 3 episodio...

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  6. O mio babbino caro
    Oque acontece:
    Heterossexual não quer discutir Homossexualidade
    Homem não quer discutir feminismo
    Branco não quer discutir racismo

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