quarta-feira, 29 de março de 2017

Ó QUERIDA JOSÉPHINE

Quem foi a primeira grande diva negra? Não, tolinho, que mané Diana Ross. Foi Joséphine Baker, uma americana que conquistou primeiro Paris e depois o mundo inteiro. E isto em 1926, quando o rádio engatinhava. Joséphine não era exatamente cantora, apesar de ter deixado vários discos. Sua fama devia-se a seu jeito furioso de dançar, algo que as plateias europeias jamais tinham visto, combinado com irresistíveis charme e bom humor. Hoje em dia ela seria acusada de ridicularizar e hipersexualizar as mulheres negras: apresentava-se praticamente pelada, usando apenas com um colar e um saiote de cacho de banana, e era muito careteira (confira o vídeo abaixo). Mas foi uma desbravadora em sua época, muito mais racista do que a nossa. Mais tarde La Baker revelou-se uma grande humanista, ao adotar uma dezena de crianças das mais variadas raças. Eu já conhecia sua trajetória por alto, mas agora estou mergulhando nos detalhes com a graphic novel francesa que leva seu nome: um calhamaço com mais de 500 páginas. Beyoncé talvez nem saiba, mas é descendente direta dessa vedete espalhafatosa que acabou se tornando um dos maiores ícones do showbiz de todos os tempos.

3 comentários:

  1. persona interessantíssima. 3, 4 anos atrás rolou uma pesquisona sobre ela de inspiração p baile vogue

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  2. O mio babbino caro
    Sim. "Hoje em dia ela seria acusada de ridicularizar e hipersexualizar as mulheres negras", por todos motivos que se pode supor. Melhor assim. Em 1926 torcedores gritariam várias vezes a palavra "bicha", em claro tom pejorativo a jogadores, por todos motivos que se pode supor, ontem na Arena Corinthians esse mesmo fato nos envergonhou. (Por todos motivos que se pode supor)

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  3. Tem uma peça sobre ela em cartaz na Maison de France no Rio.

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