Acho que eu realmente não prestava atenção ao noticiário nos anos 1990, porque nunca tinha ouvido falar de Madalyn Murray O'Hair. Talvez porque o sequestro dessa militante ateísta, junto com o filho e a neta, não tenha sido investigado pela polícia de imediato; talvez porque só descobriram o que de fato aconteceu com os três muitos tempo depois. Esse caso chocante acaba de ganhar um filme disponível na Netflix, "A Mulher Mais Odiada dos Estados Unidos", que é mais instrutivo do que divertido. Madalyn se revoltou contra o fato das escolas públicas americanas obrigarem todos os alunos a rezar antes das aulas, não importava a religião deles. Abriu um processo que foi parar na Suprema Corte que, em 1963, decidiu pelo óbvio: a constituição garante a plena liberdade religiosa, inclusive o direito de não ter religião. Claro que isto rendeu a ela milhões de inimigos, e também milhões de dólares vindos de doadores. Dona de um temperamento explosivo (ela rasgava bíblias na TV, não exatamente uma estratégia inteligente), Madalyn também era uma aproveitadora: abriu uma conta secreta na Nova Zelândia para desviar uma graninha para si mesma, um autentico caixa dois. Melissa Leo está fenomenal no papel principal, mas o filme alterna tanto entre o horror e a ironia que fica difícil o espectador se envolver mais. Fica, no entanto, a lição: neste exato momento, os evangélicos estão realizando cultos em espaços públicos por todo Brasil, e precisamos de gente como Madalyn Murray O'Hair para barrar a teocracia.
O mio babbino caro
ResponderExcluirAh! Rasgar bíblias na TV, considero uma estratégia inteligente pois está à altura do absurdo de obrigarem todos alunos a rezar antes das aulas. A questão é a distinção entre Coragem e Inteligência.
Enquanto os gays só querem saber de sexo, boates e muita diversão, os evangélicos estão a avançar em todas as esferas possíveis para conseguirem que gays sejam cada vez mais odiados pela população.
ResponderExcluirTá bom,obrigado pela dica, na próxima semana estarei frequentando a Igreja meu amor. Como sou meio hardcore estou em dúvida entre a Pedra Viva e a Bola de Neve ou abro meu próprio mini$tério.
ExcluirBicha Doriana das 15:42: A obrigação de eliminar a ignorância (religiosa ou qualquer outra) é de todos, não uma missão exclusiva dos gays. E os héteros também podem ser fúteis, promíscuos (gravidez indesejada, anyone?) e tudo mais que vc atribui aos gays. Com a diferença de que no caso deles o mundo acha bonito e apoia.
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