Não lembro de ver pichação quando eu era pequeno. Cresci durante a ditadura, quando a repressão a qualquer tipo de manifestação espontânea era brava. Foi só quando veio a abertura, na virada dos 70 para os 80, que os nossos muros começaram a receber inscrições crípticas como "Fila Km 26", em São Paulo (publicidade de um canil da raça fila no km 26 da via Anchieta) ou "Celacanto Provoca Maremoto", no Rio (um diálogo da série japonesa "National Kid", só de zoeira). Pouco depois surgiram os grafittis artísticos, como a " Rainha do Frango Assado" de Alex Vallauri. E aí abriram-se as portas do inferno: garranchos de todos os tipos, pinturas murais, propaganda política, mensagens religiosas, em lugares cada vez mais improváveis. O resultado é que hoje temos algumas das cidades mais visualmente imundas do planeta. Nem o Cristo Redentor escapou.

É nesse vespeiro que se enfiou João Doria. Não dá para negar que São Paulo, já tão desprovida de encantos, fica ainda mais horrenda com a pichação. Trabalho no centro da cidade, e me parte o coração ver prédios antigos - alguns em perfeito estado de conservação - cobertos por hieroglifos venusianos, só porque algum mano achou que seu direito à livre expressão era maior que o direito coletivo à memória. Mas o novo prefeito é ingênuo em achar que pode acabar com o picho (tanto quanto o ministro Alexandre de Moraes ao dizer que quer erradicar o consumo de maconha do país). O que fazer, então? Não sei, mas pelo menos o debate começou. E o problema parece até simples quando lembramos que existem desafios ainda maiores, como a cracolândia.
Claro que o Dória não vai ganhar a guerra contra o picho. Mas ele declarou uma guerra em que ele sempre vai ganhar pontos políticos. Como sempre haverá gente pichando, o prefeito sempre vai poder posar como vítima de vândalos esquerdopatas enquanto cria sua imagem de defensor da cidade limpa, pura e pristina. E muitas pessoas vão cair nessa dicotomia crassa, defendendo o lado aparentemente mais lógico, ou seja, o do prefeito gari (que nunca deve ter tocado numa vassoura na vida).
ResponderExcluirAbaixo o cafona do Dória e viva os escritores de grafiti e a liberdade de expressão
ExcluirViva o grafite e viva a pixação!
ExcluirO Dória só tá animando os pixadores kkkkkkkkkkk Vamos ver quem tem mais tinta, cuzão!
Gosto de graffiti e pichação e votei SIM no Dória.
ExcluirMas como saber quando um Banksy vira um Banksy? Quem decide isso?
ResponderExcluirWikipedia: Banksy started as a freehand graffiti artist in 1990–1994[9] as one of Bristol's DryBreadZ Crew (DBZ), with two other artists known as Kato and Tes.[10] He was inspired by local artists and his work was part of the larger Bristol underground scene with Nick Walker, Inkie and 3D.[11][12] During this time he met Bristol photographer Steve Lazarides, who began selling Banksy's work, later becoming his agent.[13] By 2000 he had turned to the art of stencilling after realising how much less time it took to complete a work. He claims he changed to stencilling while he was hiding from the police under a rubbish lorry, when he noticed the stencilled serial number[14] and by employing this technique, he soon became more widely noticed for his art around Bristol and London.[14] He was the goalkeeper for the Easton Cowboys and Cowgirls football team in the 1990s, and toured with the club to Mexico in 2001.[15] Banksy's first known large wall mural was The Mild Mild West painted in 1997 to cover advertising of a former solicitors' office on Stokes Croft in Bristol. It depicts a teddy bear lobbing a Molotov cocktail at three riot police.[16]
Prefiro "OS GEMEOS"_grafiteiros paulistas com obras no mundo inteiro.
ExcluirTodo grafiteiro já foi pixador um dia
ExcluirPara mim funciona assim: garranchos ilegíveis – não é arte; pixações com textos políticos – protestos válidos numa democracia, mas não tem problema apagar; desenhos que colorem a cidade – é arte. Mas claro que têm coisas que ficam no meio do caminho.
ResponderExcluirVai ler mais sobre ARTE URBANO cambada de ignorantes
ExcluirÉ arte urbanA, ignorante! Vai aprender a fazer concordância!
Excluir17:54 SOU AMERICANO, seguramente meu português é melhor do que o seu ingles
ExcluirSe aparecer na minha janela de madrugada, ooops, eu empurro para baixo.
ResponderExcluirVoltando agora na 23 de Maio, mtos dos grafites apagados. Cidade Cinza revive, bizarro. Só retrocessos
ResponderExcluirEstamos lascados com o PERFEITO GARI RALPH LAUREN
Excluirtenho pena de Sao paulo!!!
Excluire aqui do rio tb... nosso prefeito botou culto toda terça feira na prefeitura!!!
estamos fudidos
O Haddad ficou aqui 4 anos e não gastou imposto pra criar treta com pichador. E o pior de tudo é que esse raciocínio é verdadeiro e muito simples: Se vc censura o grafit, subjulgando a arte dos caras, quase que ofendendo o tipo de produção artística, e ainda pinta tudo de cinza, vc cria, automaticamente, um mural de pichacao. E isso tudo pra fazer média pro eleitorado fundamentalista dele. É gritante. Chega ser ridículo.
Excluir17:40Tem q pinchar a casa desse doria arrombado
ExcluirAcho que a gente deveria protestar a pichação cinza por cima da pichação com mais pichação pra que seja pichado de cinza de novo fazendo assim um looping de piche
ExcluirO grande problema é mesmo o fato de que esse arrombado desse prefeito vai gastar uma puta verba pintando muro, pra ser pixado novamente, pra ser pintado novamente e por aí vai, esse ciclo não tem fim, e pode ter certeza de que tem alguém vendendo tinta e materiais de pintura pra prefeitura de Sampa, tudo superfaturado. E o povo continua assistindo a novela e de barriga vazia.
ExcluirSe aqueles corações coloridinhos do Romero Brito pro Doria é Arte porque o pixo não pode ser arte?
Excluirprefiro as paredes com uma boua pichação,d q uma parede sem graça.fora q às vezes as impressas colam um papel cheio de propagandas nas paredes
ResponderExcluirpicha a porra toda, foda-se. João Escória é o q é: um elitista playboy VAGABUNDO q ta colocando em prática essa política elitista e falsa.
ResponderExcluirÉ fácil chamar de lixo quando estamos no conforto dos nossos privilégios. A pichação é a voz que ninguém quer ouvir: dos marginalizados, excluídos. Ela só faz sentido sem consentimento, pois o seu conceito é justamente violentar a sociedade que oprime as periferias. É questionável o direito que alguém fodido pela sociedade, muitas vezes sem condições de ter o básico para viver dignamente, para morar onde nós moramos, vestir o que vestimos, comer o que comemos, estudar, trabalhar e viver nos mesmos ambientes em que vivemos, tolhidos de tudo por um sistema nojento e injusto, se expressar pichando uma parede ou monumento? Sim, é questionável como tudo, mas só com muita cara de pau. Indico o excelente documentário de média metragem PIXO que está inteiro no youtube para entender essa cultura tão particular de São Paulo, reverenciada no exterior como arte.
ResponderExcluirE existe o viés da necessidade da pichação, porque na maioria das vezes é uma comunicação urbana verbal que expressa um sentimento de uma pessoa ou de um grupo e que possui até de uma simbologia própria. E quase sempre não é um simples "Fulana, eu te amo", geralmente é uma necessidade que precisa ser ouvida, um último grito e ilegal para que alguém observe essas carências. É uma forma de se expressar assim como gritar seu nome na rua ou fazer uma peça de teatro baseada nos próprios sentimentos, só que a diferença simples é que pichação incomoda a quem não entende, é permanente e sim, poluí visualmente um lugar, principalmente porque não deveria estar lá. Não deveria ser necessário gritar pela atenção. Salvo que, mesmo quando se trata de alguma informação criminosa do tipo gangues e essas coisas, essas mensagens também precisam ser ouvidas, mas com o viés de garantir a segurança pública e realocar essas pessoas com atividades ilegais ao mundo de forma eficiente e eficaz(o que infelizmente no Brasil é quase utópico). Já que é impensável no Brasil, sempre vai haver pichação e não vai ser pintando elas que elas vão parar de serem feitas. No final, tem que pichar sim, e tem que grafitar também, enquanto não houver quem ouvir, vão ter que se acostumar a ver essas pessoas a pintar.
ExcluirPrêmio RONCCCCCCZZZZZZZZ do mês pro seu comentário. Parabéns. Que ganhe um tubo de colorjet de presente e depois seja preso.
ExcluirA maioria dos pixos carrega uma crítica social foda
ExcluirPS: estou falando de pichação mesmo, daqueles garranchos mal escritos, e não de graffitis, quase sempre bem bregas
ResponderExcluirPIXO LOGO EXISTO... Se picasso fosse do gueto ele usaria muros como papel.
ResponderExcluirCreeeedo como só tem bicha chata e a favor de cidade porca e imunda.
ResponderExcluirImagina a casa dessa gente, que nojo.
Arte é o kralho, essa imundice nas paredes é falta de um trabalho e respeito pela cidade e pelos cidadãos. Nojoooooo de vcs.
Aí é que você se engana: esse povo que acha que pichar é "um direito" não toleraria se fosse no muro da casa deles. É pura hipocrisia.
ExcluirUi Muti babadissimo, ja fiz mooooito e linda la no Rio aquela bunda ruiva.
ResponderExcluirViva o pixo!
ResponderExcluiré foda um cara que nunca pisou o pé na rua querer mudar a cara da cidade, que é a expressão das pessoas, apenas por populismo.
ResponderExcluirO mio babbino caro
ResponderExcluirArte é anárquica. Pixo é um dos termômetros urbano, evidente que essa discussão não vai fechar. O Doc Pixo https://www.youtube.com/watch?v=skGyFowTzew ajuda a colocar lenha nessa fogueira. Em todo caso salve Basquiat, JUNECA, Kobra, Tota etc.
Tomara pichem sua casa inteira, idosa.
ExcluirSe bem que na roça não tem muro, mora no pau a pique.
Olha o que eu tenho que aguentar genthen. Se eu aparecer suicidada é culpa dessa articulada maldosa snif snif
ExcluirNão dá para negar que São Paulo, já tão desprovida de encantos, fica ainda mais horrenda com a pichação.NÃO CONCORDO
ResponderExcluirSÃO PAULO É A CIDADE QUE MAIS ESCUTA BEYONCE NO MUNDO
ResponderExcluirTEM COISA MAIS MAINSTREAM BEYONZE?
SÃO PAULO TEM UM PREFEITO QUE MERECE
DORIA E O PUBLICO MAINSTREAM É O CONTRÁRIO DE UNDERGROUND
Acho que ao invés de pintar de cinza o Dória deveria cobrir estes muros todos com estampas ROMERO BRITTO. Aí sim!
ResponderExcluirP F
ResponderExcluirI O
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R E
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