segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

O TIRA E O POETA


Aqui no Brasil, a maioria das cinebiografias segue o modelo clássico "do berço ao túmulo". É o caso de "Elis", "Nise - O Coração da Loucura", "Tim Maia" e muitos outros títulos. Mas, no exterior, está na moda pegar um único episódio da vida do biografado e explorá-lo de modo que aquele momento já passe uma boa ideia de quem foi a pessoa. Às vezes, até inventam o momento, como em "Neruda". O filme de Pablo Larraín - que representou o Chile na atual corrida pelo Oscar, mas já foi desclassificado - é baseado na perseguição real sofrida pelo escritor em seu país no final da década de 1940, mas cria um chefe de polícia que nunca existiu. Aliás, vai além: o próprio personagem sabe que é ficção, no lance mais ousado do roteiro. Dá muito certo, e o Pablo Neruda que surge na tela é mais crível do que o do adocicado "O Carteiro e o Poeta", que fez sucesso há vinte anos. "Neruda" é bem melhor, com cenários e paisagens deslumbrantes, ótimos atores e Gael García Bernal mais baixinho do que nunca.

2 comentários:

  1. O mio babbino caro
    Se na época Neruda foi devolvido sem nunca ter sido lido, imagina agora.
    Nada de Canto Geral nem Confessar que Viveu os tempos são para se Temer.

    ResponderExcluir
  2. Achei chaaato... Mas a cena da drag na delegacia vale o filme.... Mas surpresa mesmo é o cubano "Viva"! Emocionante!!!

    ResponderExcluir