sábado, 17 de setembro de 2016

YES I CAN

Acho que os brasileiros, depois de sediarmos tantos eventos internacionais, finalmente chegamos à madura conclusão de que eles não servem para promover nenhuma mudança radical. A Paraolimpíada, que termina amanhã, não vai melhorar a vida de todos os deficientes do país. Mas, independentemente da nossa posição no ranking de medalhas, ela deixa um saldo que vai muito além do positivo. Nunca se viu e se falou tanto dos deficientes, e com tanto respeito e admiração. Até os percalços dos Jogos serviram para desmistificá-los: as polêmicas em torno das corridas de cegos com guias, por exemplo, mostraram que eles têm defeitos morais como todo o resto da humanidade. A campanha do Channel Four, que transmite as provas com exclusividade para a Grã-Bretanha, realça a "super-humanidade" desses atletas. Minha amiga Mariliz Pereira Jorge fala hoje em sua coluna da Folha que esta atitude também não pode ser exagerada, ainda mais para garantir lágrimas e audiência. De qualquer forma, eu choro toda vez que vejo o promo acima. Agora temos que buscar estender a inclusão e a discussão o ano inteiro, sem condescendência. Sim, a gente pode.

7 comentários:

  1. Procurei no gugol e não achei nada sobre polêmica moral.

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    1. Algymas atletas da corrida para deficientes visuais ficaram se acusando mutuamente de roubar no jogo. O guia às vezes é percebido como "puxador" da atleta. Os juízes desclassificam se acharem que foi isto que aconteceu. O Fernando Fernandes, aquele ex-BBB que virou comentarista da Paraolimpíada na Globo, disse que atleta paraolímpico é humano como qualquer um: também trapaceia.

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    2. Obrigado pela explicação, gentil como sempre.

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  2. Para mim esses jogos foram uma verdadeira descoberta, não tinha acompanhado nenhuma edição anterior (shame on me).
    Mas quando eu vi os caras com uma perna só conseguirem pular 1,77 m de altura (!!!!!!!!!!!!!) quase morri de tanto chorar.

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  3. lindo este video, tb me emociono sempre que vejo!

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