Não fico triste com a queda de Dilma Rousseff. A lista de seus defeitos é imensa: inepta, inábil, incompetente, arrogante, desarticulada, antipática, mentirosa e, no mínimo, conivente com a corrupção. Mesmo assim ela enganou meio Brasil, a começar pelo Lula. Por isto mesmo, fui contra sua inabilitação. Torço até que ela seja eleita para o Congresso em 2018, para aprender no chão do plenário como é ter que fazer política. Não que os professores de lá sejam muito bons... Enfim, cansei de falar de Dilma. E, acima de tudo, cansei de ouvi-la.
Só que eu tampouco fico alegre com a posse definitiva de Michel Temer. Nunca pensei que ainda veria meu segundo impeachment no Brasil, mas o clima de agora não poderia ser mais diferente do de 1992. Naquela época, nem a família do Collor estava ao lado dele. Itamar Franco não era um nome popular, mas ninguém tinha muito contra. E ele ficou na moita durante todo o processo, então não podia ser chamado de traidor. Já Michelzão... Não duvido até que "Foratemer" seja o nome mais dado aos cachorrinhos recém-nascidos, só para que seus donos tenham mais um pretexto para gritá-lo. Eu mesmo gritarei, se Eduardo Cunha escapar da forca no dia 12.
Estou exausto, principalmente, de brigar com os amigos, de todas as tendências políticas. Em momentos distintos, consegui me indispor com todos. Por isto não tenho mais muito a dizer sobre este instante que ainda existe e deixa a vida incompleta. E, se tivesse, não diria melhor do que este fenomenal textão do jornalista e historiador Pedro Doria, que está causando furor na web. Ele sim, é poeta.