sábado, 2 de julho de 2016

PORTA DO CAMARIM


As primeiras notícias dão que "Contrato Vitalício" fez menos do que o esperado em seus primeiros dias em cartaz. O primeiro filme "oficial" do Porta dos Fundos era uma das grandes apostas do ano ("Entre Abelhas", de 2015, também dirigido por Ian SBF e estrelado por Fábio Porchat, era um drama sem a marca do grupo). O que será que aconteceu? Quatro anos depois de estourar, eles não são mais novidade, mas a audiência de seu canal no YouTube continua alta - e também a capacidade de se envolver em polêmica de vez em quando. Mas parece que o público que os adora na internet não se dispôs a acompanhá-los ao cinema. E não é que o filme seja ruim: "Contrato Vitalício" poderia ser um pouco mais curto, mas é cheio de energia, inventividade e humor. O problema é que, ao contrário dos esquetes online, o roteiro não fala de probleminhas do cotidiano comuns a quase todas as pessoas. O tema do longa é o showbiz, a fama, o estrelato. Algo que Porchat, Gregório Duvivier e a tropa toda estão vivendo intensamente, mas muito distante da vida dos mortais comuns. Além disso, boa parte das piadas só serão entendidas com quem tem alguma intimidade com o meio artístico, como a preparadora de elenco vivida por Júlia Rabello ou as dezenas de menções en passant a celebridades de diversos tamanhos. Dito isto, "Contrato Vitalício" merece ser visto por quem curte o Porta dos Fundos. Até porque tem a mais engraçada inserção de merchandising de todos os tempos.

15 comentários:

  1. No caso do 'Porta' o sucesso na internet não refletiu-se nas salas de cinema. Preguiça de seus espectadores no mundo virtual de fazer reverência ao grupo no mundo físico? Pessoas que dão audiência na internet tendem a não dar a mesma em lugares e/ou eventos que se exige presença física? Agora, tem um componente hoje que cada vez vem se tornando crucial em bons números de bilheteria, a divulgação positiva de um filme boca a boca e em diferentes meios de circulação de informação, e já circula que "Contrato Vitalício" possui temática diferente das esquetes produzidas para internet. Talvez possa estar nisso a bilheteria aquém das expectativas para o filme.

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    1. "Pessoas que dão audiência na internet tendem a não dar a mesma em lugares e/ou eventos que se exige presença física?"

      Pensei nisso. E acrescentaria eventos que cobrem entrada, pois a geração internet não topa mais pagar por produto cultural (a não ser que seja meet & greet com 5th Harmony e R$ 2.500 pra ver o que sobrou da Mariah Carey).

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  2. Pra que gastar uma grana no cinema se daqui 6 meses vai passar na tv?
    Vi o trailer e ao contrário da sua descrição achei comédia pastelão, e uma história fraca, fulano assina contrato vitalício, some, volta parecendo mendigo, what's the point?
    E, tipo, alguém ainda tem vontade e curiosidade de ver o superexposto Porchat?

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  3. Eu até ia assistir esse filme sexta-feira, mas ou o marido assitia Procurando Dory ou morria.

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  4. porchat nao me faz ir ao cinema. apesar de ser comivel, acho ele meio over, gritado. Ha quem ache graça. como diz o velho deitado: Nao achei-lhe sar.

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  5. Porchat e Paulo Gustavo, o humor gritado, cansativo e ególatra.

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    1. Na verdade eles meio que são atores de um personagem só. Não por acaso a rede de supermercados que tinha o PG como garoto propaganda trocou ele pelo FP

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    2. Adoro o Porta dos Fundos. Foi um exemplo bacana sobre o período de democratização da mídia. Infelizmente ainda mantem o Fábio Porchat chatérrimo no elenco. Quanto ao Paulo Gustavo e o seu eteno papel dele mesmo e a sua cria, Marcus Majella, já não convencem mais ninguém. O Marcus estava melhor aproveitado quando estava na Porta dos Fundos.

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  6. O mio babbino caro
    Talvez para fazer humor tenha que ser ainda mais sério.

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    1. concordo com o amigo acima. Marília Pera dizia que o humor escrachado cansava a platéia. Palavra de quem entende.

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    2. Papo reto, vai ser sempre incompleto enquanto o cinema nacional for essas lorotinha branca...

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  7. Sendo franco, pra quem não falsifica entrada de estudante, cinema se tornou programa quase proibitivo de tão irracional. Com uma única ida de casal num fds à noite pagando inteira, cobre-se a fatura de 4 meses de NetFlix, por exemplo. Ou cerca de 8 lançamentos no Now.

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  8. Tony, ótima resenha. Só uma pequena correção: Júlia Rabello.

    Rabelo é um barco português, que transita pelo Porto (e aparece nas fotos da cidade portuguesa). A grafia antiga continha dois Ls, mantida no sobrenome de alguns. O "e" pode ser por conta da pronúncia portuguesa do termo, que muitas vezes diminui a vogal entre R e B.

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