quinta-feira, 28 de julho de 2016

CINZA CÁSPIO


Lá vem o chato do Tony dizer que foi ver um filme iraniano e não gostou tanto quanto esperava. Sim, eu insisto em assistir a um pouco de tudo. "Nahid" chega com um bom pedigree: ganhou a mostra "Un Certain Regard" do festival de Cannes do ano passado, e a crítica vem elogiando os personagens bem construídos. De fato, a protagonista é uma vítima da sociedade machista, mas também não é uma santa. Divorciada de um viciado em drogas e namorando um viúvo de posses, ela não pode se casar com ele para não perder a guarda do filho. Mas mente, gasta mais do que pode e vive tentando escapar do senhorio que lhe cobra os aluguéis atrasados. Tudo isso sobre o cenário desolado de uma cidade à beira do mar Cáspio, onde o céu permanece sempre cinzento. Parece divertido, não? Mas não deixa de ter bons momentos. Agora preciso ver algo bem bobo.

5 comentários:

  1. O mio babbino caro
    Considero uma ofensa, um post seu, não ter nenhum comentário rs
    Somente o fato de citar o Mar Cáspio e seus esturjões, já mereceria atenção. Ainda pode trazer mafiosos, prostituas e marinheiros, entrar no porto de Odessa e se embriagar para lá da fronteira da razão com Gógol, Babel, um vinil do Smiths, muitas tatuagens e Putin na Sibéria rsrs

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  2. Oi Tony, não sei se cabe aqui esse comentário, mas como vc é roteirista queria te perguntar o que vc acha da mudança nos roteiros de games?
    Antigamente era muita cena de ação e pouco enredo, agora estão na moda jogos de video game praticamente sem ação, são somente histórias interativas, algumas de suspense, outras que parecem uma história em quadrinhos. Colocam cenas emotivas, algumas missões que vc pode ter que sacrificar pessoas da equipe, ou escolher quem é que vai salvar (nunca pode salvar todos os personagens ao mesmo tempo). Talvez o melhor exemplo disso seja o jogo do walking dead, em que vc só explora cenários encontrando pistas pra história andar e escolhe os rumos da história, sem de fato vivenciar um jogo de video game antigo. Parece que até mesmo entre os nerd o roteiro está ficando mais importante cada vez mais e esse público vai levar essa exigência até para os filmes de super heróis, o que vc acha disso?

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    1. Olha, eu não entendo nada de games, porque nunca joguei nenhum. Culpa da minha idade avançada: eu já era bem grandinho quando eles surgiram. Mas deveria entender mais, porque os games são um mercado cada vez mais importante para os roteiristas.

      Nem sabia que isto estava acontecendo no mundo dos games, mas suponho que seja um reflexo do avanço das séries de TV. Os roteiros das séries estão mais complexos e nuançados, focnado mais nas relações humanas do que em sequências de ação. Como o público que consome games também consome séries, esta pode ser uma evolução natural na confecção dos roteiros.

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  3. Acho que você está certo sobre a influência das séries. A Microsoft studios lançou esse ano um game chamado quantum break que mistura seriado com game, dependendo as escolhas que você faz no game afeta o episódio que você vai assistir no seriado (que é integrado do jogo) puseram roteiristas fodas e atores de game of thrones e lost. Tem um personagem que se você sacrificar no começo do game muda completamente o seriado.

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    1. Gente... Amei essa novidade! Talvez finalmente eu me rende aos games...

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