"Florence: Quem é Essa Mulher?" é o segundo filme em menos de um ano inspirado pela história real de Florence Foster Jenkins, a "pior cantora do mundo". O outro é "Marguerite", que também está em cartaz: ver ambos e compará-los é uma boa maneira de entender como um mesmo ponto de partida pode render obras bem diferentes. O longa francês trata sua protagonista como uma espécie de deficiente mental, que precisa ser protegida da cruel realidade a qualquer custo. O marido rico banca seus caprichos, mas mal a suporta. E no final, ela é pintada como um monstro de egoísmo que merece tudo que lhe acontece. Essa versão inglesa pega mais leve. É ainda mais cômica que sua prima gaulesa, e mais fiel aos fatos originais. Aqui o marido de Florence realmente a ama, apesar de ter uma amante. E ela é apresentada como alguém frágil não só no espírito, mas também no corpo, convivendo há quase meio século com as consequências da sífilis que pegou do primeiro marido. É gorda, careca, tem um cancro na mão e uma voz ligeiramente melhor que a de Marguerite, mas ainda insuportável. O filme marca o encontro de Stephen Frears, um diretor especializado em mulheres, com a maior atriz da atualidade. É desencessário dizer que Meryl Streep deita e rola no papel-título, inclusive cantando pessimamente. Mas quem rouba quase todas as cenas é Simon Helberg, o Howard de "Big Bang Theory", no papel de um pianista flamejante. Sua interpretaçnao é teatral e um pouco over, assim como todo o resto do filme. Mas "Florence" é um passatempo divertido, e, assim como "Marguerite", o reflexo da nossa moderna cultura de reality shows, onde todo mundo acha que não é preciso o menor talento para se ter direito à fama.
Eu vi,adorei tudo. Um filme que pode ter varias nomeações no próximo Oscar.
ResponderExcluirVocê chegou a ver Gloriosa, com a Marilia Pera e o Eduardo Galvão?
ResponderExcluirSim, vi em 2009 e fiz um post a respeito:
Excluirhttp://tonygoes.blogspot.com.br/2009/01/gloriosamente-horrivel.html?m=1
Divertido? Achei é muito deprê, a Florence bem mais do que a Marguerite. Mas é show de atrizes: La Streep se superando a cada personagem e Catherine Flot menos diva, mas muito carismática [divina em 'Chaos']. Uma correção: em Marguerite, rica era ela, o marido era um nobre falido.
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