sábado, 25 de junho de 2016

O ESTUPRO DE ZAMBININHA


Para gostar de "Paulina" é preciso concordar com a protagonista, e eu não concordei. A moça resolve não só não denunciar os sujeitos que a estupraram, como também ter o filho que resultou desse estupro. Ou seja, é a vítima perfeita. Abençoada pelo machismo e pela Igreja Católica, e perpetuadora da cultura de violiencia contra as mulheres. Mas já no começo do filme dá perceber que ela curte um fan-fic de esquerda, ao largar uma carreira promissora em Buenos Aires para dar aulas nos cafundós da província de Misiones. Paulina discute com sua classe de selvagens como se eles fossem leitores de Kant, e depois se supreende quando eles cochicham em guarani. Mas nem o choque da realidade lhe faz mudar de ideia. Ela fica horrorizada com a surra que seus algozes levam da polícia e conclui que ninguém ganha nada se eles forem presos. Devia dizer isto para a próxima menina que os caras pegarem. Nesse ponto, Paulina lembra a fofa Zambininha, que se aferra à sua ideologia mesmo quando esta é atropelada pelos fatos.

3 comentários:

  1. Gentem os petistas iriam amar, caso fossem ao cinema, mas estão ocupados inventando um jeito novo de roubar e enganar o povo.

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  2. Paulina é um filme que lida com a questão da violencia de um patamar interessante, assume que nao denunciar seus agressores é uma maneira de não perpetuar a violencia cotidiana. Ora, somos nós os notórios guardiões da não-violencia, do não-machismo, mas também os primeiros a corroborar com a mesmisse que tratamos a violência, olho por olho, dente por dente. O que o filme faz é dar ao interlocutor o direito de pensar em outras maneiras de não deixar degringolar a coisa, o espectador sai do filme com o impacto, este que é o primeiro gatilho para a elaboraçao de novas medidas e praticas.

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  3. Não sei porque a surpresa. Não lembra do caso do ativista norueguês que foi estuprado por um refugiado somaliano e depois sentiu-se culpado quando ele foi deportado?

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