segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

THERE'S A STARMAN WAITING IN THE SKY

Como quase todo mundo, acordei com a notícia. Eram quase sete e meia da manhã quando estiquei o braço para conferir o celular. Na tela ainda escura já estava uma notificação enviada pela "Folha". Como assim?? Mas o cara não acabou de lançar um disco? Não foi aniversário dele sexta-feira? Minha primeira sensação foi a de que 2015 não acabou mesmo, pois continua morrendo quem não devia. A segunda, claro - lá se foi um companheiro da vida inteira. Não, nunca conheci David Bowie pessoalmente, e o mais perto que cheguei dele foi num show no Parque Antártica em 1990. Mas ele já era um superstar quando comecei a me interessar por música, aos 13 anos de idade, e era impossível escapar de seu campo gravitacional. Bowie era o máximo dos máximos, numa época onde a experimentação corria solta e o conformismo não predominava no pop como agora. Usava batom e era casado com mulher; fazia música influenciada por negros, e era a pessoa mais branca de todos os tempos; enxergava o que ninguém mais via, apesar de ter um olho só. Influenciou quase todo mundo bacana que veio depois dele, e essa influência se manteve visível por décadas. No começo dos anos 1980, tornou-se um grande vendedor de discos a nível planetário, algo que ainda não era, apesar do imenso prestígio. Os tempos finalmente pareciam ter entrado em sincronia com sua arte. Mas esse período não durou muito. Bowie não embarcava em canoas comerciais, nem abria concessão. Gravou rock, pop, soul, techno, jazz, em parcerias com muita gente. Fazia o que queria, e por um longo tempo não fez nada. Sumiu de cena em 2003 e só reapareceu dez anos depois, com o festejado "The Next Day".  Com o lançamento de "Blackstar" na semana passada, parecia que sua carreira tinha recuperado o ritmo normal. Só que não. Sua morte foi uma surpresa, pois o público não sabia que estava doente. Mas David Bowie não morreu, é óbvio. Não vou resistir ao clichê: ele na verdade voltou para as galáxias. Foi visitar o Major Tom. Virou pó de estrelas. Foi das cinzas para as cinzas. Agora está lá no céu, esperando por nós.

9 comentários:

  1. 'LOOK UP HERE, I'M IN HEAVEN': POIGNANT LYRICS OF BOWIE'S FINAL SONG LAZARUS

    Look up here, I'm in heaven

    I've got scars that can't be seen

    I've got drama, can't be stolen

    Everybody knows me now

    Look up here, man, I'm in danger

    I've got nothing left to lose

    I'm so high it makes my brain whirl

    Dropped my cell phone down below

    Ain't that just like me

    By the time I got to New York

    I was living like a king

    Then I used up all my money

    I was looking for your ass

    This way or no way

    You know, I'll be free

    Just like that bluebird

    Now ain't that just like me

    Oh I'll be free

    Just like that bluebird

    Oh I'll be free

    Ain't that just like me

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  2. N vou nem ler, só me sinto triste. RIP.
    Mudando de assunto, vc viu como o Brad Pitt tava gato no Globo de ouro?

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    1. Está tão triste que abriu um parênteses pra falar de macho, né? Já escreveu RIP Bowie no seu Feisse, gatinha chorona?

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  3. Sempre tive uma ligação tão forte com a obra dele. Sua transgressão, originalidade e talento sempre foram referência. O mundo acabou de ficar mais cinza e sem graça :/

    RIP Bowie

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  4. O mio babbino caro
    Caramba. O cara salvou minha geração, dos caretas.
    69 anos, é um moleque.

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  5. Comecei a ouvir Boweie ano passado por pura curiosidade, Alladin Sane. Não curti o disco de primeira, ouvi 2, 3x mais. Fui completamente fisgado pela emoção de five years, e moonage daydream é uma das minhas músicas preferidas de sempre. É estranho, pois é como se Ziggy Stardust já tivesse morrido há muito tempo atrás e só tivesse sobrado sua obra pra contar história. Dessa vez foi o Bowie que se foi. Nunca terei o prazer de ver um show seu, ou quem sabe tirar uma foto pra contar história.

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  6. Nunca vou conseguir esquecê-lo. Eu bicha mirim me maquiava no banheiro imitando ele. Se ele foi importante pro mundo não quero mais saber pq ele morou desde sempre no meu coração.

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  7. Viajando em "Sound and vision". Será que ele morreu mesmo? A última risada sempre foi dele...

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