domingo, 10 de janeiro de 2016

OH, CAROL


Está rolando uma ligeira polêmica quanto aos créditos de "Carol". Os produtores estão fazendo campanha para Rooney Mara ser indicada ao Oscar de atriz coadjuvante, e não de atriz principal. A explicação é simples: as chances de Rooney emplacar uma indicação e até faturar o prêmio são muito maiores se ela concorrer como coadjuvante. Só que premiações como o Globo de Ouro não compraram essa tática, e indicaram a moça como protagonista mesmo. Ela já havia ganho o prêmio de melhor atriz do festival de Cannes em maio passado, e muitos comentaristas defendem que ela é a co-protagonista do filme, ao lado da deusa Cate Blanchett. Faz sentido, em se tratando de uma história de amor lésbico. Mas, depois de ver "Carol", eu também fiquei na dúvida. Cate engole a colega em todas as cenas em que aparecem juntas, e é sua personagem quem tem os conflitos mais intensos. Talvez por isto mesmo o longa de Todda Haynes não se chame "Carol e Therese" ( já o nome do livro de Patricia Highsmith onde ele foi baseado é "O Preço do Sal"). Além disso, não me encantei com a atuação de Rooney Mara. Ela está lindinha e evocando Audrey Hepburn, mas não transmite muita emocão. Só fica de olho arregalado o tempo todo, observando e tirando fotos. Vai ver que foi essa relativa passividade que não me fez embarcar na trama. Os figurinos e a reconstrução da Nova York de 1953 são arrebatadores, mas o clima só esquenta no final - e sempre com Cate Blanchett. Saí meio desapontado, porque fui preparado para a-do-rar.

10 comentários:

  1. li em algum lugar que a rooney tem 10 minutos a mais de tela que a cate

    ResponderExcluir
  2. A Mara nunca foi exatamente, até agora, uma atriz mara.

    ResponderExcluir
  3. Será que "Carol" daria pra Cate seu terceiro Oscar ? Hum... creio que não. Mas aguardemos. A temporada de premiações pré-Oscar se inicia hoje. O Globo dá visibilidade. O SAG é o principal termômetro. São atores, o maior grupo de votantes da Academia, votando em atores. E o BAFTA revela os votos britânicos. Lembrando que britânicos estão espalhados pelos interiores de Hollywood e são por nacionalidade o segundo maior grupo de votantes do Oscar. Cate poderia ter levado seu primeiro Oscar em 1999. Mas a Academia preferiu dar o prêmio pra interpretação insossa de Gwyneth Paltrow. Enfim, Convém aguardar pra ver o esboço que irá se formar até o Oscar. De todo e qualquer modo, Cate já é a próxima a solicitar herdeiras em Hollywood.

    ResponderExcluir
  4. Acho a tática acertada, os irmãos Weinstein sempre conseguem emplacar seus filmes, sabem o que fazem. Cate já tem seu Oscar, se indicada à melhor atriz com a Rooney os votos diluem entre as duas e a Larson ganha grande vantagem. Colocá-la como coadjuvante fica parecendo um elefante branco por causa de Cannes mas é a chance do filme conseguir um prêmio relevante. Prêmios técnicos, como figurino e direção de arte levam a estatueta com certeza.

    A Patricia Highsmith depois de muito tempo assumiu a autoria do livro e mudou o título para "Carol", assim como o filme. Quando lançado na década de 50 ela usou um pseudônimo (Claire Morgan) e batizou o livro como "O Preço do Sal". Indicar a Cate como atriz principal tem certa coerência. Por mais que a Rooney tenha mais cenas é a Carol o objeto de desejo e catalisador da história.

    Você fez a primeira crítica negativa sobre o filme. Espero discordar de você.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não é negativa. Eu gostei do filme. Mas achava que ia gostar mais.

      Excluir
  5. Concordo com Tony: o filme me decepcionou. A Cate é sempre um must, mas a incrível Blue Jasmine ainda está no ar e sobra pouco para Carol - achei até que ela está feia no filme -. A Mara, sempre com o olhão esbugalhado, não é uma Brastemp. A história pode ter sido super impactante em 1952 - o editor recusou lançar o livro -, mas em 2016 ficou um pouco simples. A realização é muito cuidada e se assiste sem esforço algum, mas não é o que eu esperava.
    E Dona Ingrid Bergman é mesmo o máximo, ela e o filme. Tão bom que nem me dei conta ser um documentário, parecia uma emocionante ficção. Que mulher linda e que sensibilidade na sua expressão, capaz de transmitir sentimentos diversos e até antagônicos ao mesmo tempo. Me lembrou outra atriz de igual sensibilidade, Audrey Hepburn, tendo ambas em comum a infância difícil com perdas familiares e sem irmãos [no caso da Audrey a perda de um pai vivo].

    ResponderExcluir
  6. Respostas
    1. Ambas construções estão corretas na norma culta. "Havia ganhado" é mais comum, mas eu não sou comum.

      Excluir
  7. Eu curto o trabalho da Rooney. Distoa das atrizes hollywoodianas mega dramaticas convencionais... Um que d leste europeu.

    ResponderExcluir
  8. Esse filme é só, exclusivamente e único de Cate Blanchett. Não há nada e ninguém em volta pq sua presença em cena rouba tudo, suga a energia até das lampadas. Rooney é uma peça necessaria, mas não indicaria a nada, nem a coadjuvante, muito menos atriz. Diferente de Alicia Vikander em "A garota Dinamarquesa" que divide toda a dramaticidade com Eddie Redmayne...e merece todos os prêmios, até de maquiagem...rs

    ResponderExcluir