domingo, 24 de janeiro de 2016

DESGRAÇAS A DEUS


Se os teocráticos lessem os cadernos de cultura dos grandes jornais, talvez soubessem que "O Novíssimo Testamento" entrou em cartaz. E estariam em pé de guerra contra esse filme que representou a Bélgica no Oscar (e chegou entre os nove semifinalistas, mas não entre os cinco indicados). Porque se trata de uma obra verdadeiramente blasfema, muito mais que "A Última Tentação de Cristo" ou outras que causaram celeuma. Cata aí: Deus não só vive em Bruxelas com a mulher e a filha como é um escroto de marca maior. Sua diversão é ficar mandando desgraças para a humanidade. Até que a menina se revolta e "libera" a data da morte de toda a humanidade. Depois ela vai para o mundo atrás de discípulos, e o pai vai atrás. Mais não posso contar. Só que o diretor Jaco Van Dormael, que nunca fez filmes convencionais, dessa vez cometeu uma obra-prima. Com um roteiro matador, o uso inteligente de efeitos especiais e um elenco que inclui Catherine Deneuve, "O Novíssimo Testamento" é, à sua maneira, um filme profundamente religioso. Pois é nada menos que uma nova fé que o final propõe, baseada no único deus que de fato existe - o amor. 2016 mal começou, e já temos um sério candidato a melhor filme do ano.

8 comentários:

  1. Não sei onde vossa mercê viu blasfêmia em Deus ser um escroto de marca maior e ter como diversão mandar desgraças pra humanidade. Eu só vi verdades nisso...

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  2. O problema de ler este blogue é que a lista dos filmes que preciso ver só aumenta.

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    1. Que mais? Quer pagar um boquete no tony tb? Rs

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    2. Ui! Não seria má ideia...

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  3. Este é aquele Deus-Boninho do BBB do qual você tanto fala.

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  4. É mais um daqueles filmes que pouca gente vê. Os religiosos não precisam se preocupar. O deus que existe é o amor? E onde ele tá?

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